Surgem os primeiros ares das eleições de 2016

Os partidos finalmente poderão ganhar musculatura com o fim das coligações, dificultando as siglas de aluguéis e impedindo que nanicos que não conseguem formar grandes quadros possam continuar elegendo representantes.
Há casos conhecidos em Maracanã em que o partido leva pouquíssimos nomes, mas consegue eleger representante no legislativo juntando-se com outras agremiações menores. Isso, se o legislativo federal aprovar a medida, não será mais possível.


O governo atual

Ontem a professora Dica (PSDB) completou seu 800º dia como gestora de Maracanã. O clima de hoje, já não é o mesmo alegre e festivo da época da posse. Aliás, já na posse o clima andava azedando. Em apenas três meses, a prefeita já havia construído alguns desafetos políticos dentro do próprio grupo que a ajudou a se eleger. Alguns desses já não acreditavam no slogan usado da campanha: a mudança. O vereador Geovan Martins - hoje no Solidariedade - foi o primeiro a abandonar o barco "quem ama cuida".

Infelizmente, passados 800 dias, Dica Costa não conseguiu empreender mudança. Ao contrário, não avançou e retroagiu muitas políticas públicas que vinham sendo implementadas. Porém, como fui o candidato adversário na eleição, não tenho a isenção necessária para avaliar seu governo e não o farei aqui. Prefiro deter-me na questão política, deixando tal função para os leitores e eleitores.

Legislativo e Executivo mantêm uma guerra silenciosa desde o dia da posse. Atabalhoada na articulação política, Dica perdeu as duas eleições para a mesa diretora da Câmara. E continua convivendo com problemas diários de relacionamento. Vereadores estão insatisfeitos porque querem mais espaço político, outros mais espaços para “agasalhar” seus pupilos, e outros querem mesmo são favores nada republicanos. Mas, faz-se necessário dizer que lá na Câmara também tem suas exceções.

Sem um planejamento viável e com uma forma ultrapassada de administrar, Dica Costa cometeu um grande erro: escolher o nepotismo como norte. Os políticos antigos dizem que um gestor nunca pode nomear uma pessoa, que depois não possa exonerar. Diga-me como poderá a prefeita mandar pro olho da rua por falta de ações o marido, o filho, a nora, o sobrinho e mais uma lista de parentes que desfilam como contratados da prefeitura de Maracanã?

Durante 800 dias, só houve uma afirmação do governo: que seu fracasso é culpa do governo anterior, da oposição, do blogueiro que torce para que nada funcione. Ora veja, candidatos na oposição devem exercer seu papel de oposição e não se pode reclamar disso. A oposição será oposição e o governo anterior teve suas falhas, entretanto, muitos e muitos acertos, que no olhar da sociedade, podem ser suficientes para uma nova chance.

Na realidade a maior culpada de tudo é a prefeita que não soube construir alianças seguras, que não teve pulso firme para sentar na cadeira como prefeita de fato e deixa parentes agirem do jeito que o diabo gosta.

A reeleição do atual governo é possível? A resposta será oficial no ano que vem, mas, pelo sons roucos das ruas, das esquinas, das tabernas de vilas e distritos, a missão será muito difícil. A oposição se buscar a unidade, dificultará ainda mais.

Sentimos no ar, que o cheirinho de 2016 vem apontando na encruzilhada do rio Maracanã com o Oceano Atlãntico.

Ícaro Gomes é especialista em educação e blogueiro.