É assim que se faz!




Calouros têm corpo pintado com artes de Romero Britto em trote na UFRJ
Veteranos da Escola de Belas Artes usam criatividade para dar boas vindas.
Brincadeira com obra do pintor brasileiro é ironizada na internet.

Daniel Silveira Do G1 Rio
  


Clássico gato das pinturas de Romero Britto é reproduzido no corpo de calouro durante trote acadêmico na Escola de Belas Artes da UFRJ (Foto: Ana Carolina Gonçalves Santos / Divulgação)

Enquanto trotes violentos ainda ridicularizam ou até vitimam calouros em várias faculdades do país, alunos da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro se valem da arte para recepcionar as novas turmas. Os veteranos reproduzem na pele dos calouros obras clássicas ou de pintores renomados. Neste semestre, o pintor brasileiro Romero Britto tem sido o tema da brincadeira.
Segundo a veterana Ana Carolina Gonçalves Santos, de 20 anos, aluna do 6º período de Artes Plásticas, a escolha de Britto teria foco na rápida identificação visual por parte do público. “Ano passado um calouro foi pintado com o quadro ‘Noite Estrelada’, do Van Gogh, e não reconheciam a obra nas ruas”, conta. Ana Carolina destacou, no entanto, que os próprios calouros podem escolher que obra ou artista querem ter reproduzidas no corpo. “Não tem nada de vexatório, muito pelo contrário”, fez questão de enfatizar.

Ironia nas redes sociais
A brincadeira com obra do Romero Britto, no entanto, foi ironizada nas redes sociais. Críticos do pintor brasileiro satirizaram o trote numa página criada no Facebook chamada "Brittolândia". Em tom irônico, comentários sugeriram que a obra de Britto tornou o trote violento. "Onde está os Direitos Humanos, Brasil?", disse uma internauta. "Se fosse eu processava", registrou outro.

Recepção lúdica
Ana Santos conta que, além das pinturas corporais, os veteranos promovem brincadeiras durante a semana do trote. “É tudo em clima de muita descontração. As brincadeiras são como jogos de gincana. O calouro recebe desafio que precisa cumprir para ganhar pontos. Eles (os novatos) também vão para a rua pedir dinheiro. Mas a participação é sempre voluntária. Ninguém é obrigado a se submeter ao trote”, disse.

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