Retrovisor - II


E nossos "causos" da boa terra Maracanã são pinçados do livro "Atestados de humor", do amigo poeta Emanuel Pereira, um caboclo "papa gó" e "tomador de chibé" que tem vocação para as letras. Hoje vamos recordar o "Veludo" - um cachorro que era criado pelo saudoso comerciante Emanuel Ferreira, o Mimo, da tradicional 'Loja Vitória", bem no coração da cidade.
Loja Vitória do saudoso Mimo

O cachorro do Mimo

"Logo a notícia se espalhou pela cidade. Cuidado com o cachorro do Mimo; o Veludo está atacando quem passa com carne em frente à loja Vitória. Evitando uma mordida, o resto até que seria lucro; o Mimo pagava em dobro os prejuízos causados pelo Veludo.
Num belo dia a caminho do mercado, o Ovildo avistou o veludo e, 'quebrado' dos bolsos, arriscou uma saída para garantir o bife da criançada.
Foi ao talho e pediu meio quilo de carne com osso: - 'é só pra ajeitar uma sopinha pra doente', disse ele. a seguir tomou o rumo de casa, ou melhor, da loja Vitória.
A propósito, pendurou a 'pesada' de carne à mão, esperando que o Veludo desse o bote, e assim cobrar do Mimo dois quilos de chã.
Passou daqui pra lá, de lá pra cá, e nada; entretido com outros cachorros o Veludo nem deu confiança pro Ovildo. Enfezado pela desfeita, esfregou a carne no focinho do Veludo, resmungando: - Come desgraçado!Não és o guluso? Tu bem sabes o pau que tu te esfregas, né?"

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