Há uns 10 anos, quando se falava que estava breve a proibição da entrada de carros na faixa de areia da praia do Atalaia, muita gente tinha arrepios e em alguns, beirava um "siricutico". Um frequentador assíduo me dizia que seria o fim do turismo na praia; um outro amigo sempre disse o grande do charme do Atalaia é justamente a entrada de carro, a comodidade, levar o "seu carro" até as águas do Oceano Atlântico e, às vezes, até "atolar". Realmente, na jornada de décadas muitos carros ficaram "atoladinhos", centenas doados à Iemanjá, que não se fez de rogada e devolveu todos na próxima maré. O carro fez bem para os veranistas, turistas, "barões" e similares, mas, muito mal, muito mal, para a natureza, a biodiversidade da região, sofreram fauna e flora, as restingas, os manguezais, as dunas, enfim...
Eis, que chega o grande dia. Aliás, o assunto vem sendo debatido e ganhando espaço para as discussões intensas de autoridades, sociedade civil e os "palpiteiros de plantão". Pra quem frequenta a praia do Atalaia há mais mais de 35 anos - no meu caso um bom palpiteiro - há muito a celebrar, afinal, tudo voltará a ser natural, mais tranquilo e deslumbrante.
A pensada, sonhada e demorada urbanização do entorno da praia com estacionamento apropriado e toda a infraestrutura necessária ainda no papel, todavia, já iniciada pelo governo, que já colocou água boa e esgotamento sanitário e já prepara a transformação das barracas em restaurantes estruturados e, claro, em menor número, afinal, na praia, hoje tem gente que comprou barraca para casa de verão. Mas, o que acelera mesmo para a proibição dos carros é uma ação do Ministério Público do Estado do Pará, que a Justiça não demora deve mesmo acatar, dado o fato do assunto já ser "pacífico" na ilharga do "Atlântico". O ensaio foi no Réveillon, quando carros sons foram proibidos e por lá mesmo só as "caixinhas JBL" tocando num nível correto, ou seja, cada som para si. Na decisão inicial de primeira instância, o juízo chegou a proibir logo todo tipo de carro, mas, lá no andar de cima, na capital, o desembargo deu um último suspiro aos que não se cansam de colocar o carro às margens na areia.
E quando será isso? Bem, aqui apenas opinião, cabe a outras pessoas discutirem prazo, porém, eu até aposto uma cocada Suprema do amigo Ronaldo Nóbrega, que governantes e Justiça, não vão querer falar de COP 30 em novembro com estrangeiros que respiram sustentabilidade tomando uma água de coco e uma cervejinha na praia do Atalaia repleta de carros. SErá?
Será muito bom, o turismo vai acelerar sem os carros. Na próxima postagem da Série, a opinião dos especialistas.
Da Redação
Ícaro Gomes
0 Comentários