O que pode ter provocado o fim do G5 em Maracanã?





Por Ícaro Gomes

Ainda era janeiro de 24, tudo era novidade, quando alguns encontros começaram a repercutir nas redes sociais e a estagiária do Blog - sempre atenta aos movimentos políticos de bastidores de Bela Cintra - foi acompanhando as informações por ali como não quer nada, mas, para entender tudo e compartilhar com nossos fiéis leitores. Aliás, a cidade de Maracanã é uma daquelas que emenda eleições. A segunda-feira após o resultado das urnas, já é o primeiro dia de pré-campanha da próxima eleição, só diminuindo o ritmo, porque a disputa eleitoral é sempre no primeiro domingo de outubro e o Círio de Nazaré na capital no segundo domingo.

No governo municipal da terra iluminada dos Tupinambás, a chapa inalterada: o prefeito Reginaldo na reeleição, assim como, o vice Enock Ferreira. Então, tudo navegando no rio de flores de siriubeiras. O que chamava atenção e interessava, todavia, eram as rodas de conversas da oposição, tudo isso para ver quem iria enfrentar a chapa oficial. E os cafés continuavam entre as principais lideranças da oposição maracanaense - representada pelos ex-prefeitos Tinô dos Santos e Dica Araújo; e os empreendedores Geovan Martins, Augusto Pinto e Artur Nogueira. Pois bem, o grupo começou em 4, sendo guindado logo depois para a possibilidade de 5 integrantes num grupo só e focado nas eleições de outubro de 2024, sob a representatividade de somente uma candidatura. Era um sonho bem ousado. A conversa parecia boa e na ideia compartilhada com muitos aliados, o objetivo era fazer pesquisas no meio do ano para, então, chegar-se aos nomes componentes da chapa majoritária.

E veio o carnaval, quando o povo brasileiro brinca e após verdadeiramente o ano começa, e no G5, o negócio foi bem parecido: 4 integrantes estiveram presentes num único bloco e pularam a "festa de momo" na maior alegria. Iniciado o ano na quarta-feira de cinzas, após a missa, tudo começou a mudar.

O ex-prefeito Tinô já vezeiro na mesma estratégia, quer juntar, unir, desde que o candidato cabeça de chapa seja o tal; Dica Araújo, demonstrou desde o início que estava disposta a tratar tudo democraticamente, desde que a candidata fosse a tal; e Geovan Martins, o último a reunir sobre o G5, também estava disposto ao compartilhamento de ideias e planos de governo, desde que o candidato fosse o tal. Nas reuniões sucedidas as expressões podem ter sido usadas de outras forma, mas, no fundo, no fundo, a mensagem que ficou foi a da vaidade. Ou seja, tudo poderia acontecer ou nada.

Talvez a melhor expressão seja a "Vaidade", responsável pelo fim do grupo, já que nunca houve união por parte de quem muito já estava definido em ser cabeça de chapa, somente um teatro, tentando demonstrar que havia abertura para o diálogo democrático. Porém, os mais "chegados" dos pré-candidatos, os que mais conhecem as figuras principais, proclamavam pelos quatro cantos da cidade - cada um por sua torcida e paixão - que o escolhido seria o seu predileto. 

Artur Nogueira e Augusto Pinto, os mais bem preparados do ponto de vista de captação de recursos financeiros para encarar uma campanha majoritária, que é muito desgastante, talvez, foram levados pela chama democrática e talvez até chegaram a acreditar nas boas intenções, não contariam na prática com pessoas determinadas pelo Poder e sem quaisquer intenções de dar um passo atrás, ou mesmo aceitar uma posição menor no processo eleitoral, oportunizando a renovação de lideres, já que estiveram a frente dos destinos dos município ou já figuraram nas urnas nos últimos pleitos.

E a oposição em Maracanã termina assim, sem muita energia e vigor. Naquela velha máxima do "último a sair que apague a luz". Como ainda estamos em pré-campanha, bom será esperar e observar se haverá novidades ou simplesmente nada, nadica de nada. Entretanto, contudo, todavia, um exímio observador da política maracanaense soprou para a estagiária do Blog, que esta eleição poderá ter a varinha mágica de extinguir a grande maioria das expressões políticas locais. Só saberemos com o tempo.



* O autor é especialista em educação, consultor político e blogueiro.

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1 Comentários

  1. Isso é política, minha gente!!
    Uma hora são inimigos, outra são amigos, mas o que mais importa, é o "podeR$"

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