Santo Antônio do Prata -Lixão às margens do caminho e rota das drogas

Por Ícaro Gomes

Imagens: Sandro Barbosa

A vila do Prata foi relegada ao abandono e abriga os antigos internos que lá ficaram e plantaram suas novas raízes, mas também abriga gente nova que veio na busca de terras para imensos plantios ou para se acomodar como sitiantes e pequenos produtores.

Há dois acessos para a vila: um pela BR 010, às proximidades da cidade de Santa Maria do Pará, totalmente asfaltado e outro por uma rodovia de chão que liga a sede do município de Igarapé-Açu.

O governo do Estado demonstra claramente que deseja restaurar a história da importante vila que guarda muitas memórias e o novo governador Helder Barbalho (MDB) autorizou a inclusão no orçamento estadual da pavimentação do trecho Igarapé-Açu até a vila de Santo Antônio do Prata, o que vai garantir um novo acesso da região e quem sabe será o ponta pé inicial para a restauração dos prédios históricos da vila que ajudam muito a guardar a memória do local que foi sede de uma "aldeia velha" dos povos Tembés; um núcleo de catequização indígena e depois transformada em uma grande colônia de isolamento de doentes da hanseníase, juntamente com a Colônia de Marituba que também funcionou nos mesmos moldes, sendo inclusive visitada pelo Papa João Paulo II na década de 

O fotógrafo Sandro Barbosa, vem juntando registros de suas expedições que revisitam toda os locais importantes da antiga Estrada de Ferro de Bragança (EFB) para uma grande exposição que deseja realizar. A vila do Prata era um ramal ferroviário na EFB, ou seja, uma perna em bitola diferente em que o trem seguia até a localidade e, portanto, inserida no projeto.

Podia ser um parque, um campinho, mas...

O governo do Estado aponta para o resgate da história com a melhoria da rodovia, o que poderá levar a mais pessoas visitarem a vila, ajudando a compreender os tempos sombrios do isolamento; já a Prefeitura de Igarapé-Açu não tem demonstrado o mesmo interesse, e nas margens da estrada de chão, o governo municipal mantém um lixão a céu aberto que recebe a produção diária da cidade. O município por sua importância econômica como polo comercial da região já merece pensar num aterro sanitário que poderá por fim nesta triste realidade.



Rota de drogas

A vila também vive sob clima de insegurança, devido aos tantos caminhos de chão, os varadouros existentes na região e que por acessar a rodovia federal tornou-se um dos entrepostos de drogas de todos os tipos na região nordeste do Pará.
Muito comum também a estadia de bandidos que procuram esconderijos e acabam por realizar assaltos entre os pequenos produtores da região e comerciantes.