O TACARANGUEJO MADE IN MARACANÃ

Por Emanuel Pereira



Há certos momentos em que precisamos ser mais evidentes e acordar a nossa autoestima para mostrarmos os nossos feitos, ou calar e formar na fila dos anônimos.

Pelo nosso histórico cultural a essência do CARIMBÓ tem DNA maracanaense. Dançamos o "zimba" cem anos a frente do vizinho município de Marapanim, que ostenta o título de maior difusor da dança, e se autoproclama berço do CARIMBÓ. Em Santarém Novo, antigo distrito de Maracanã, esse faceto é dançado há bastante tempo, com destaque para o CARIMBÓ DE PALETÓ.

Muito antes de 1989, ano do surgimento dos "Pretinhos do Mangue", em Curuçá, sujos de tijuco e ganhando projeção nacional, um grupo de brincantes do bairro do São Miguel exibiu idêntica "fantasia" natural. A ideia não foi adiante, ao contrário de Curuçá, que agita a folia, promove a preservação ambiental e atrai gente de toda parte.

Quando é agora, a midia tece elogios a uma novidade que conquista espaço na gastronomia belenense - o TACARANGUEJO. O nosso incomparável tacacá acompanhado com patas de caranguejo e que vem conquistando a clientela.

Mas quando... desde os tempos da "matinta", degustamos tacacá de caranguejo (molho preparado com a gordura, carne e patas do crustáceo). Esse pitéu tem tempero e selo maracanaense, vendido desde "ontonte" na barraca da Rosa Preta, na pracinha de São Miguel.

Nesse aceno com a mão alheia, não há de duvidar se amanhã alguém disser que a MANICUERA surgiu na China, muito antes da invenção da pólvora.

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