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ZENALDO DECRETA A MORTE DO CARNAVAL EM BELÉM, MAS O DEFUNTO AINDA SAMBA



A nova avenida do samba em Belém, segundo a prefeitura: carnaval aquático




Rufam os tamborins do prefeito de Belém, anunciando, por morte matada, a morte do carnaval paraense. Que já um dos melhores do país, isso lá pelos anos 70, quando nosso ufanismo caboclo ainda podia se dar a tamanho orgulho.


Hoje, só restam cinzas e vergonha. A alegria das manifestações rítmicas, das fantasias e cadência dos batuqueiros, foi espancada com requintes de crueldade e levada à UTI da indiferença oficial.


A transferência dos desfiles da Aldeia Cabana - ou Amazônica, sei lá que nome tenha ou venha a ter nas mãos de governante de plantão - para a avenida Marechal Hermes, conhecida por seus constantes alagamentos, simboliza o desprezo do gestor público pela cultura popular.


Alega-se que foi a própria Liga das Escolas de Samba quem pariu a infeliz ideia de mudar o local do desfile. Sabe-se, porém, segundo uma fonte, que foi o próprio Zenaldo Coutinho que impôs aos dirigentes que a Aldeia não seria mais utilizada no carnaval em razão de supostas reclamações dos moradores da Pedreira, inclusive contra a violência na área.


É aí que mora a hipocrisia: qual o local de Belém, hoje, que se pode denominar de seguro para realizar qualquer evento que atraia grande público? Nenhum. A violência está em todo canto, todo dia e a toda hora. 


Dos 3 esses de Zenaldo - e de suas promessas não cumpridas -, o da segurança é o mais patético. Ele, aliás, foge do assunto como o diabo da cruz. E joga tudo no colo do parceiro de legenda, Simão Jatene, que parece também ter jogado de vez os paraense às feras.


Outra coisa: é, no mínimo, um contrasenso, o chamado bairro do samba e do amor rejeitar o amor pelo samba e amaldiçoar o local que ele próprio aprovou para abrigar os desfiles da folia momesca.


A patuscada oficial, enfim, ergue o seu epitáfio: o carnaval em Belém, bancado por subvenção da prefeitura, na malfadada gestão do prefeito tucano, está morto e enterrado.


O carnaval das escolas de samba partiu desta para a melhor. E a prefeitura já escolheu o local do enterro: a Marechal Hermes, onde a solidão fixou residência. Tudo a ver


O morto agradece. E samba na própria sepultura.


Viva o carnaval!


As baianas, coitadas, com a pista inundada, tiveram que desfilar na calçada: patético

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