Uma semana no nosso vizinho Amapá. A capital Macapá continua em desenvolvimento, incluindo novos prédios de muitos pavimentos, mas ainda carente de infraestrutura urbana. Em Santana, obras no porto e comércio forte.
Concluídos os compromissos, vamos a melhor parte da viagem: dois dias em Mazagão, bem precisamente no meio do mundão, entre os ribeirinhos amazônicos. Olha meu inusitado endereço: rio Beija-flor esquina com o caudaloso rio Amazonas, sem número. Imagine só, eu no comando de um potente motor nas barrentas águas do charmoso Amazonas e com direito a um fascinante mergulho - como diria o Icarozinho - bem no "meião". Aqui a rua é mesmo o rio!
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Navegando o Amazonas com prof.Ana Claudia, Fernanda e Samira. |
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Os vizinhos da esquerda uma família - seu Jorge, dona Benedita e os filhos Gisele e Izabela. A família sonha noite e dia em ter direito ao programa federal Bolsa Família. Ele coleta açaí nas várzeas e pesca camarão num bom matapi; ela cuida das crianças numa casinha no rio Beija-flor, tendo no improvisado trapiche um simplório casco movido pelo famoso motor "rabeta", que conheço muito bem aqui de Maracanã, minha paixão!
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Um belo quintal. Não acha? |
Reafirmo minha confiança no programa Bolsa-família, pois sei, convencido desde a infância pela "barriga", o quanto faz falta esse "empurrãozinho do governo"" e certamente Gisele e Izabela no futuro nunca serão beneficiárias do "bolsa", já que terão estudo, conhecimento, para enfrentar a pobreza, visto que seus pais serão obrigados a mantê-los na escola ribeirinha e assim poderão pleitear advogar, medicar, arquitetar, sei lá...
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Uma casa onde o pátio é o trapiche |
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É bem ali, Daniela Dourado! |
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Casinha charmosa e aconchegante |
Bem, fiquei na casa mais charmosa do local - palafitas para o quintal, o pátio é um belo trapiche, na ponte auxiliar a lancha com motor potente, fossa ecológica. Ali, bem ali, nossos imponentes vizinhos da direita - muitos majestosos navios aguardando a vez para atracar no porto de Santana. Nos finais de tarde e inicio de manhãs, muitos, muitos, maracanãs voando e gritando berrante aquele som que conheço bem da minha terra querida.
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Oswaldo, o engenheiro que aqui virou pescador dos bons. |
Os proprietários da casa recebem a todos com carinho. Ela é a professora mestre Ana Claúdia, da UNIFAP (Universidade Federal do Amapá), uma cabocla simples, batalhadora, inteligente, renomada nos meios educacionais do estado e nascida às margens do Rio Guamá; ele é o professor Neto, um caboclo papa chibé, especialista em educação e nascido na cidade marajoara de Breves e que realiza experiências interessantes numa escola de campo - o Ivanhoé - com a participação dos pais de alunos na hora de elaborar as notas das avaliações. Coisa de gente grande!
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Ana Claudia e Neto(primeiro plano) construiram a bela casa com sacada para o rio |
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Direto do matapi de seu Jorge |
E teve pato guizado, camarão frito e no bafo, muito peixe cozido - incluindo uma pescadinha branca e um mandii que eu pesquei -, pôr-do-sol, claro que muita chuva e não podia faltar a cervejinha para contemplar tudo isso num bom papo molhado. E teve aquele jogo de pistas que aprendi em Marituba. E veio o amigo Bolota, veio a professora Ely, o Edson, o Badico e o engraçado professor Josias que é parecido com os meus amigos Eduardo, Dani Dourado e Almir: quando bebem um dia, enfrentam três de ressaca.
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Um lugarzinho bom demais! |
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Curiaú bem preservada |
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Ali, bem ali, estão os bufalos mergulhados no lago |
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Na próxima viagem em julho vamos tomar uma ai Urias e Michel? |
Quase ia esquecendo das terras remanescestes de quilombos de CURIAÚ que visitei ao lado do meu primo irmão parente de sangue, cristo e nariz, Urias da Gama. Lá é tudo de bom!
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Eu e dona Fernanda Cristo preparando pro mergulho |
Eu volto no mês de Julho para o rio Beija-flor esquina com o rio Amazonas, sem número. Novas aventuras nos esperam.
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