Melgaço e Il trovatore
Saneamento, educação e saúde não são pontos fortes no
Pará, que amarga a 24ª colocação no ranking de desenvolvimento humano
do Brasil, mas em Melgaço, quaisquer desses serviços são piores: com IDH
de 0,418, é o município menos desenvolvido do Brasil.
A
renda per capita de Melgaço é meio salário mínimo, parte da população
urbana tem energia elétrica advinda de “gatos”, apenas 4,8% da zona
urbana tem saneamento básico, 36,7% dos habitantes com mais de 15 anos
não sabem ler ou escrever e grande parte da população é analfabeta
funcional.
A
prostituição infantil é uma das mais altas do Marajó e o município é
rota do tráfico de drogas, indo para o Amazonas e Amapá e vindo para
Belém.
Alex
Almeida, repórter fotográfico do UOL que tomou as fotos postas, diz que
Melgaço é pior que locais que ele visitou na África: “a imagem que se tem da cidade é um esgoto a céu aberto. Há um lixão na região central da cidade”.
> XII Festival de Ópera do Theatro da Paz
Com
a ópera “Il trovatore”, o governo do Pará festejará o bicentenário de
nascimento do italiano Giuseppe Verdi. A ópera é montada com o espólio
da viúva: é cultura, ora bolas.
Mas não será
apenas Verdi o homenageado. Antonio Landi, merecidamente, estará na
festa, que já mantém em Belém os cenógrafos italianos Pietro Lenzini e
Giorgio Drioli, encarregados, há dois meses, de fazer uma espécie de
embarque de “alguns ícones da arquitetura de Landi no cenário verdiano
de “Il trovatore”.
Segundo a Agência Pará, “O Trovador” estreia no dia 28 de agosto, “com récitas nos dias 30 e 1º de setembro”.
> Miserere
Para
mim, a mais bela e trágica passagem de “Il trovatore” é a ária
“Miserere”, uma espécie de oração de misericórdia por aqueles que estão
prestes a morrer.
Melgaço e Il trovatore têm, pelo menos, algo em comum: a Miserere.
Definitivamente, somos uns boçais.
Transcrito do Blog Parsifal 5.4
Transcrito do Blog Parsifal 5.4
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