Jovem ameçou matar em shopping de Santarém

Entenda o caso
O jovem Davi Jenne de Jesus Rocha de 21 anos é suspeito de fazer ameaças a sociedade por meio de uma postagem em uma rede social, no final de semana, em Santarém, oeste do Pará.

Usando um perfil falso com o nome de usuário Fábio Martins, o jovem descreveu em detalhes que no dia 26 de abril, na estreia do filme ‘Homem de Ferro 3’ no cinema da cidade iria ‘entrar pelo estacionamento dos fundos’ e ‘com uma carabina média 5.5 mm e 2 pistolas 38 (...) atirar em todos que estivessem na praça de Alimentação’ do Shopping.

Homem de Ferro versus Garoto de Pedra

Homem de ferro e de pedra
por Jota Ninos
Blog do Jeso | Jota NinosO episódio envolvendo um jovem santareno em busca de holofotes virtuais, e para isso utilizando-se de uma “brincadeira terrorista” nas redes sociais, tendo como pano de fundo a estreia de um filme “blockbuster” (arrasa-quarteirão, como se diz no Brasil), pode servir para uma grande análise sobre a solidão dos nerds nos cyberscafés, o narcisismo idiota de um adolecente e o poder de sedução da mídia nessa nossa – por assim dizer – “pós-modernidade cabana”.
Talvez um tresloucado Feliciano pudesse até dizer que “trata-se da briga de um Davi real contra um Goliath irreal”… Mas o David Rocha (nome do nosso “terrorista cibernético ao tucupi”) precisava se sentir um super-herói ameaçando matar tutti-quanti numa cena bélica e cinematográfica como a dos jovens perturbardos do filme “Assassinos por natureza” (http://goo.gl/vGVfi), ou mesmo se inspirando na vida real de loucos americanos que matam criancinhas em cinemas.
Nada melhor do que atacar no momento em que um dos super-heróis mais arrogantes da mitologia HQ ianque que – pasmem, é um multi-bilionário da indústria bélica americana e pacifista – coloca Santarém no circuito nacional de uma estreia de filme!
O “Garoto de Rocha” parecia querer roubar os holofotes do “Homem de Ferro”. Mas segundo confessou na polícia nosso Davi cibernético, “pretendia tirar a postagem do ar quando alcançasse um determinado número de acessos”, como disse o delegado que o prendeu em entrevista devidamente reverberada em todo o Brasil, através de sites nacionais. O pequeno David nem imaginou que sua estilingada chegasse tão longe (mesmo que para isso tenha que responder um processo de ameaça)!
Mas não derrubou o monstro de sua solidão. Não é como Tony Stark, o arrogante playboy ianque que vira herói nas horas vagas para combater os inimigos dos americanos em uma armadura de ferro. A Rocha de Davi não o protege da impunidade, no alto de sua pobre estupidez cibernética. Mas seria ele um vilão ou uma vítima de toda a parafernália eletrônica que seduz os jovens a acreditar que é possível romper as barreiras da imaginação ao toque de um dedo?

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