Curro Velho promove oficinas para Paixão de Cristo
Para comemorar um dos marcos mais importantes do calendário cristão universal, a Fundação Curro Velho e a Prefeitura
de Salinópolis estão desenvolvendo, com apoio e participação da
população do município, o Projeto Auto da Paixão de Cristo, versão
2013.
Evento tradicional da Semana Santa, A
Paixão de Cristo promovida pela fundação utiliza as artes cênicas como
instrumento pedagógico de mobilização, sensibilização e educação
sociocultural da comunidade local. “Com estímulo à reflexão de valores
éticos e estéticos, como a paz, solidariedade e união entre os povos.
Estamos reconhecendo, integrando e compartilhando o potencial criativo
dos grupos culturais, artesãos, artistas das áreas de cênica, musical e
visual, dançarinos, grupos de jovens das igrejas, mestres de cultura
popular, cenógrafos, costureiras, professores e alunos do município. A
intenção é atender mais de 100 participantes entre crianças, jovens e
adultos”, explica Walter Figueiredo, diretor de extensão do Curro.
O secretário de Turismo,
Cultura e Desporto de Salinópolis, Jean Barbosa, afirma que o projeto
Auto da Paixão de Cristo em Salinas pretende ampliar para outras
programações culturais. “O projeto é uma proposta inovadora na cidade
para que possamos ter outros atrativos. Além da formação por meio das
oficinas do Curro Velho, podemos ter novos atores, uma mão de obra
qualificada. A Paixão de Cristo pretende ser um incentivo para o
acontecimento de próximos eventos e encenações”.
Hudson Andrade, ator e diretor,
responsável pela Oficina de Teatro desenvolvida com a comunidade de
Salinópolis, afirma que o Auto da Paixão é importante na agregação de
valores, saberes, recursos e potencialidades locais, visando o somatório
de esforços e especialidades para uma encenação única, com alcance
turístico para a cidade. A Paixão será encenada na Fonte do Caranã, em
espaço aberto e ao ar livre. Ao todo, as pessoas envolvidas no projeto
irão participar
de oito oficinas de linguagem cênica, com carga horária de 30 horas
cada, distribuídas em dois blocos. “A população de Salinas, na verdade,
irá protagonizar o espetáculo, atuando em todas as frentes. Em cada
oficina nós vamos progredindo no processo de montagem, a começar pelo
entendimento do que são os autos, criação da dramaturgia a partir de
histórias contadas pelas pessoas, incluindo vivências e particularidades
locais”.
O artista plástico Antonio Segtowich
ministra oficinas de adereços e figurinos durante o processo de montagem
do espetáculo. O artista afirma que toda a produção terá um toque
regional do município. “Na criação dos figurinos e adereços, apesar de
ser um figurino de época, a gente utiliza a regionalização e o atual.
Entre os materiais estão o material de reutilização como jornais,
revistas, papelão, assim como a gente usa rede de dormir, varanda de
rede, rede de pesca. Incrementa materiais atuais como banners de
publicidade”.
Uma das envolvidas no processo de criação do
Auto da Paixão em Salinas é a costureira Olívia dos Santos Luz, de 58
anos, moradora há 22 anos do município e que pela primeira vez está
produzindo figurinos de época para uma peça de teatro. “Está sendo ótimo
participar da oficina. Eu sou costureira desde dos meus 15 anos e nunca
tinha trabalhado com figurinos de teatro. Para mim está sendo uma ótima
experiência. E o mais interessante é que aqui na oficina não
desperdiçamos nada, utilizamos material da nossa cidade, rede de pesca;
trabalhamos com a garrafa pet e latinhas de refrigerante para os
adereços dos braceletes e caneleiras dos soldados romanos e também nos
escudos dos soldados”.
(Diário do Pará, com assessoria)
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