
Maracanã - para tristeza dos que realmente a amam, frustrações dos iludidos pelos doces apelos e vergonha para os que tem "vergonha na cara" - recebeu um infeliz título nacional logo nos primeiros dias do ano de 2013: É a campeã do famigerado NEPOTISMO, tão combatido por todas e todos em diversas esferas de governo e com atenção total do Ministério Público. Mas, o detalhe maior é o feito de ser campeã do Brasil. Trocando em miúdos, é a cidade de todo o país com a maior proporção de contratação de familiares da gestora municipal por metro quadrado. Imagine você que a nova administração venceu logo de cara a capital Belém do Pará, onde o prefeito Zenaldo Coutinho - do mesmo PSDB - nomeou o irmão Guto Coutinho para a Secretaria de Administração, a ex-esposa de Jatene, Heliana, para a CODEM e o filho do desembargador João Maroja, Leonardo Maroja para a Secretaria de Assuntos Jurídicos. Tudo em familia, prefeito-governador-desembargador, o que desperta suspeita que tal procedimento tenha sido fruto de um curso sobre nepotismo bancado pelo PSDB em Brasília, quando reuniu todos os prefeitos e prefeitas do Brasil antes da posse.
Porém, são detalhes que vamos esmiuçar pouco a pouco no futuro, agora tem algo que está chamando atenção na cidade de Maracanã: uma nomeação no mínimo inusitada - sem pormenorizar as contratações de pessoas sem formação básica para atuar como servidor público - e num ponto delicado de atendimento ao povo, trata-se do hospital municipal. Por lá, na Secretaria de Saúde se instalou o filho da prefeita, que nomeou para a direção da casa de saúde a senhora Robenita. Mas, o que tem a Robenita, uma das melhores em aplicar injeção na cidade? Nada, se seus negócios parassem por ai nas injeções e na venda de frango assado. O problema é que a poderosa Robe é a proprietária da funerária na sede do município. Agora ficou inusitado? Como alguem que trabalha com a morte, que vende os móveis permanentes que todos vamos usar pode cuidar da saúde? Então se entender de embalar defunto fosse credencial para dirigir um hospital, nosso querido SENA, o melhor coveiro de Maracanã - sabe o tamanho do caixão só no falar o nome do morto, pois conhece todos na cidade - e nas horas vagas presidente do guerreiro time do Cruz Azul, ali do São Miguel, poderia muito bem assumir a Secretaria de Saúde. Quando um paciente estiver em situação complicada, quase batendo as botas, eu pergunto: A diretora do hospital - dona da funerária - estará torcendo por seu pronto restabelecimento ou por sua morte, já que vai lucrar com o caixão na base de R$ 600 reais?
Até pode parecer perseguição com a Robe, mas vamos aqui refletir - você entraria num hospital para uma cirurgia sabendo que a diretora - a que manda e desmanda naquele negócio - é dona dos móveis permanentes que podem te levar pro além? Aqui pra nós, é uma nomeação muito inusitada. Doutora Robenita poderia muito bem cuidar do necrotério municipal ou de um necessário serviço funerário municipal, mas do hospital não e não.
Imaginemos agora a agonia de uma eventual vítima de acidente, ali sofrendo de dor, querendo se salvar e dependente da liberação da diretora do hospital para que a ambulância faça o transferência para Belém. Deve ser horrível, pois no fundo do sub-consciente fica aquela duvidazinha - será que a diretora está demorando a liberar a ambulância, esperando que a vítima "passe pra uma melhor"? Nomeações públicas não devem deixar dúvidas. Devem transmitir confiança para o povo. Colocar a Robenita no hospital de Maracanã pode ser resumido o que dizia meu velho pai - é o mesmo que colocar a raposa pra cuidar do galinheiro.
Ícaro Gomes
1 Comentários
Causa uma insegurança tamanha, eu que já fui atendida neste hospital, agora vou rezar pra não precisar!!!
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