E hoje é domingo, dia de "Madame Lucila", a aposentada mais chata do mundo. Veja que dona Lucila detesta internet, não sabe nem mesmo operar um computador, não tem facebook, nunca teve orkut, como diriam os antigos, "Lucila é do tempo do ronca". Nunca ninguem conheceu a fundo a velha Lucila, pois ela passou seus tempos mais ativos na capital, esperou a aposentadoria para trazer sua rabugice para o interior. Madame Lucila não gosta de som, detesta essas aparelhagens grandes e tem vontade de fazer uma grande fogueira - como na época da inquisação - para queimar em praça pública o povo que gosta de som, inclusive o Bodinho. Talvez até começasse colocando fogo na saveiro pancadão, no brazinho, no Josué e até no Ciclops. Para Lucila, tudo é silêncio, no máximo admite alguns fogos de artifício. Não tem saco para aguentar essa coisa de Super Pop e bandas de forró, por ela para qualquer festa basta um bolo e três guaranás. Nunca saiu no carnaval, aliás, Lucila continua sem saber o que é abadá - pensa que é um bolinho de feijão cozido na Bahia. Certa vez teve uma grande ideia e recorreu ao xerife para que proibisse o carnaval, vetasse o periodo junino, queria no lugar das festas um grande desfile, com todos portando grandes fotos da madame, aliás, que não é muito bem afeiçoada. Não precisa falar que quase foi expulsa do ninho. Madame Lucila é assim, deseja acabar com tudo que faça barulho, não quer nada que incomode sua atribulada cabeça. E ia esquecendo a madame também é muito sovina, dizem que um dia atravessou o Rio Grande com um sonrisal na mão e chegou na outra margem com tudo intacto, inclusive suas moedas que levava no bolso. É a famosa mão de vaca que não gosta de nada, não gosta de ninguem e que não quer ser incomodada por nada que faça barulho. Aliás, quem sabe há um bom lugar para Lucila morar - lá, acolá, onde o vento faz a curva.
No próximo episódio vamos contar como nossa dona Lucila gosta de fofoquinhas. "Você sabe algum segredo pra me contar?" é a frase preferida da madame.
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