A nossa querida vila do Derrubado, extremo de Maracanã com Salinas já foi muito importante no cenário político paraense - pois era ali que Magalhaes Barata, quando governava o Pará gostava de descansar vindo com sua comitiva de Maracanã e seguindo para Salinópolis.
Dicão Ferreira, um técnico em edificações e grande escritor, conta-nos um pouquinho sobre o Derrubado: "A escola Jacira Barata e a hospedaria, esta construída sobre pilotis, onde Major Barata e sua caravana se hospedavam em suas andanças por esta região, construídas em sua gestão na década de 30. À margem do rio, destacam-se o trapiche e a lancha que transportava a Sua Excelência e caravana da cidade de Maracanã, via fluvial, até Derrubada. Nesta escola estudaram alunos de 3a,4a e 5a séries, que caminhavam por entre a floresta e vinham de longas distâncias, como São Bento, Santo Antônio, Jaracaca, Joacaia, Barra e Suassu.
Ao chegarem, os alunos perfilavam-se ante o pavilhão brasileiro para cantarem o Hino Nacional. Ao entrarem em sala de aula, deixavam seus tamancos na soleira da porta. Aos sábados, era revisão de matérias (chamadas sabatinas), neste sábado era matemática (tabuada), no outro português, e assim sucessivamente, quem não respondesse ao teste oral levava palmatoriada dos que acertavam. A professora Rosilda Silva e Costa só permitia a ausência dos alunos por motivos de doença comprovada pelos pais.
Pontualidade era o lema da escola pelo fato de localizar-se na trajetória de viagem do governador para Salinas e região, embora para alcança-la seguiriam em lombo de cavalos até Santo Antônio de Urindeua e prosseguiriam a viagem de canoa a remo até Salinas via Arapiranga e rio Muirimipi.
Somente em 1937, tivemos a estrada rodoviária que liga Derrubada à vila de Nazaré, a qual era denominada Jacira em homenagem à filha do Major Barata - lamentavelmente - foi durante a gestão do seu sucesso, Governador Coronel Moura Carvalho a partir de 1964, que a escola e hospedaria foram demolidas e os materiais foram transferidos para sua fazenda no município de Primavera recém emancipado."-O autor do texto e da gravura é Raimundo dos Santos Ferreira, nosso amigo Dicão.
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