Pajé e ambientalista Zeneida Lima celebra 90 anos refletindo sobre a própria história e ações no Marajó


Escritora da obra que virou enredo campeão no carnaval do Rio de Janeiro, a paraense é símbolo de luta pela conservação e defesa do meio ambiente na região.


Por Leo Nunes, g1 Pará e TV Liberal — Belém

A pajé e ambientalista Zeneida Lima completou 90 anos de idade no domingo (21). Escritora da obra que virou enredo campeão no carnaval do Rio de Janeiro, a paraense celebra a data refletindo sobre a própria história e a importância do meio ambiente.

Estou completando 90 anos. Sou pajé, educadora, fundadora da Instituição Caruanas do Marajó e nasci no município de Soure”, conta a ambientalista.

Zeneida Lima afirma que a pajelança surgiu em sua vida quando ainda era criança. Em suas lembranças, ela diz que desapareceu por mais de 10 dias após ser raptada por ‘seres encantados’ para passar por um processo de iniciação.
“De lá para cá, eu fui iniciada como pajé e com 12 anos eu já trabalhava com isso, curando as pessoas”, afirma.

Carnaval

A escola foi campeã daquele ano, falando da pajelança da ilha paraense, cultura milenar herdada de indígenas que viviam no arquipélago.
Eu fui olhar nas energias das águas e vi que o problema era o carnavalesco. Tinha que trocar, além de fazer uma pajelança pra comunidade. [..] Nós ganhamos o carnaval”, relembra Zeneida.

Caruanas do Marajó


Quando ainda era jovem, a ambientalista Zeneida Lima diz que sonhava em construir um local para acolher as crianças da região. A ideia ganhou vida com a fundação da Instituição Caruanas do Marajó.

Eu pude dar pra essas crianças aquilo que não tive. Isso que eu não tive eu dou pra essas crianças e isso me sarou. Depois que fiz a fundação eu me vi realizada”, comenta emocionada.

A instituição acolhe atualmente 150 crianças e adolescentes, por meio do ensino de música, dança e noções de preservação do meio ambiente.

O meu sonho era que as pessoas todas se unissem e cuidassem mais da natureza, cuidassem mais do nosso planeta, porque ele está doente, muito doente. Eu queria que a próxima geração ainda encontrasse o que nós encontramos aqui”, diz Zeneida Lima.

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