Por Repórter Márcio Mendes
Uma dissertação de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade do Estado do Pará (Uepa) destaca a necessidade de uma Indicação Geográfica (IG) para o açaí produzido em Cametá, na região do Tocantins. Esse registro não só identificaria, mas também qualificaria a produção, impulsionando o valor do produto e contribuindo para o desenvolvimento econômico local.
A pesquisa, intitulada "Produção de Açaí na Microrregião de Cametá: Indicação Geográfica e a Perspectiva do Desenvolvimento Territorial", foi conduzida pela mestra Rayanni Corrêa Cabral, natural de Igarapé-Miri, onde o açaí é amplamente cultivado e consumido. O estudo, que teve início durante a graduação em 2019, concentrou-se em Cametá, uma região com a maior cadeia produtiva de açaí no estado do Pará e no Brasil, com palmeiras nativas predominantes nas várzeas.
A pesquisa envolveu visitas a autoridades locais, cooperativas, associações, e membros da cadeia produtiva, desde pequenos produtores até empresários agroindustriais. Rayanni também investigou o mercado do Ver-o-Peso, um ponto de referência na comercialização de açaí e produtos relacionados.
A pesquisa enfrentou desafios, uma vez que a abordagem da Indicação Geográfica ainda é relativamente nova no campo da geografia. No entanto, o orientador do estudo, o professor doutor Benedito da Cruz, enfatiza a importância dessa pesquisa para proteger o conhecimento, a cultura e as práticas locais. Ele ressalta que a IG pode auxiliar na qualificação da produção de açaí, desde o manejo até a industrialização do produto.
O trabalho de pesquisa pretende continuar a colaboração com as partes interessadas no setor de açaí em Cametá, com o objetivo de obter uma Indicação Geográfica, especificamente na modalidade de indicação de procedência. Essa pesquisa está se tornando crucial para a preservação da cultura e a promoção do açaí da região no mercado.
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