O que podemos esperar da praia do Atalaia em Salinópolis?




Salinópolis ou carinhosamente Salinas, ou sofisticadamente Atlântica, ou para os íntimos como eu: Sal. Cidade charmosa às margens do Oceano Atlântico e pedaço de areia preferido dos paraenses "al mare". Decerto que há outras praias maravilhosas e para todos os gostos mais descolados ou aventureiros. Todavia, estar no Sal é símbolo de poder e magia. Para muitos é certeza que a vida que vai bem obrigado. Salinas é ostentação no Pará, tanto que os famosos "Pic nics" - é assim que se escreve no cartão de passagem - de gente da periferia da região metropolitana de Belém, com saída garantidas às 2 horas da madrugada de qualquer domingo de verão, principalmente, no mês de julho, estão ficando mais tímidos e em menor número.

Mas, sempre foi assim? Foi, sim!

Salinas não é para qualquer bolso, muito menos para amadores e um domingo com boa diversão, gastronomia aguçada, bebidas e badalação nos shows pode levar boa parte do dinheiro disponível no Pix ou no cartão de crédito. Nos verões pós pandemia da covid 19, os preços subiram ainda mais e ganharam notas de Blogs, jornais, e as redes sociais. 

Tem uma figura na praia do Atalaia que é a salvação quando há muita gente: o "beireiro(a)" - na verdade um garçom na areia, que carrega na cabeça as mesas e cadeiras, sobe e desce debaixo do sol e pisando na areia escaldante várias vezes na barraca base, trazendo bebidas e comidas. E sabe quando ele leva a sua Coca Cola e ao servir, você lembra: pode me trazer a banda de um limão? Meu Deus!!!! mais sol, mais areia quente. Não se pode querer almoçar na ilharga do mar, até mesmo atolar o carro de meio milhão nas areias do oceano Atlântico e pagar uma conta suave. A conta em Salinópolis, assim como a maré é também salgada. E na praia o preço é diferente. 

Porém, há opções para todos!

Democracia. A praia é democrática! Cabe aquele sujeito que vem de longe, às vezes, Araguaína e de chapéu de cowboy. Cabe aquele que ama escalar o "Paredão" de som e acha que todo mundo na praia é obrigado a ouvir o seu gosto musical; cabe aquele carreteiro, que no aguardo da carga para sair do Pará, vai dar uma esticadinha no "cavalinho" da carreta na praia e cabe todos que vão de ônibus ou no último modelo da Ferrari. Até certo tempo, a praia do Atalaia tinha uma divisão com linha imaginária, mas que segregava as classes sociais. Do inicio da rampa até a ilharga da Barraca "Minha Deuza" - talvez bem no centro da praia - ficavam os chamados "farrofeiros" - os que chegam cedinho de ônibus fretado trazendo comida nas cubas e realizando o consumo de bebidas nas barracas escolhidas. De lá em diante, são os "barões" - os que podem chegar sem trazer nada e comem e bebem à vontade. Mas tudo isso mudou, hotéis começaram a assumir as primeiras barracas e os preços estão por impraticáveis. Por outro lado, os "barões" meio que começaram a também levar isopor, aliás, Coolers cheios de bebidas e tupperwares recheadas de comidas e petiscos.

Realmente os tempos são outros. E as mudanças vão acontecendo e a praia do Atalaia continua como a mais charmosa e maravilhosa al mare, mesmo com seus esgotos à céu aberto, que o governador Helder promete resolver em breve num arrojado projeto de urbanização. Segundo quem já viu, tem barracas restaurantes sofisticadas e com toda infraestrutura, chuveiros públicos, banheiros e tudo mais. Vida longa, Atalaia!


A praia do Atalaia pelas lentes do saudoso Chico Fotógrafo no início da década de 90 - Fonte: Salinas Destaque


...E relembrar que os tempos do retratista Chico Fotógrafo na praia do Atalaia, o colunista de O Liberal Isaac Soares, que realizava o badalado Concurso "Garotão Verão" na charmosa Barraca Angela's do saudoso amigo Zé Almeida. Os tempos são outros, agora o sonzão vem de sofisticadas tendas com festivais "Pés nas areias" e muitas nuances. É o futuro, a evolução. Mas, ainda tem lá pras bandas do final espaço para os saudosistas. Sem esquecer, das barraquinhas da entrada, lá antes da rampa, tem comida e bebida barata, o que garante com pouco dinheiro, um domingo de bons mergulhos no mar. E tem também as lojinhas de moda praia. Na faixa de areia, tem camarão salgado no saco plástico e o óculos escuro de 20 conto pra charlar.

A praia do Atalaia é de todos!

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