Mobilização da comunidade de Algodoal-Maiandeua cobra poder público de Maracanã

 

Após os festejos populares de carnaval, empreendedores internautas da ilha de Algodoal e Maiandeua, iniciaram postagens que cobram o Poder Público do município de Maracanã, pelo abandono nas localidades ilhéus. O assunto "ABANDONO" já foi pauta de reuniões da comunidade e aflorou nas redes sociais de maneira mais forte esta semana. Segundo relatos, muitos moradores estão inconformados com a falta de atenção, principalmente, nas áreas de saúde, educação e turismo. Aliás, o setor turístico representa a maior fatia da economia na ilha e é estrategicamente o maior gerador de renda e emprego. As cobranças são da comunidade que não pretende ficar no isolamento quanto aos investimentos da municipalidade.

Ainda sobre os relatos, há reclamações quanto a falta de investimentos da Prefeitura de Maracanã nos eventos da ilha e nas praias, já que a concentração de recursos aplicados se resume as festas na sede do município e tão somente. Na área de educação, a situação da escola Maria de Lourdes é caótica, tendo sido a sua última grande revitalização no ano de 2011.

O BLOG OUVIU ALGUNS EMPREENDEDORES 

Educação, saúde, lixo e falta de investimentos 

 

Bela por natureza, a Ilha precisa de mais carinho da Prefeitura
Imagem: Perfil Algodoal Magia

As dificuldades relatadas são grandes. Segundo informes a Ilha sempre foi abandonada pelo Poder Público Municipal, o que acontece também em outros distritos e vilas. Mas, muitos concordam que tudo piorou nos últimos anos. Em 2022, o evento de réveillon chegou a ser anunciado pela Prefeitura e Câmara, inclusive, com o custeio de parte das atrações, mas as esferas municipais de Poder sumiram da agenda e tudo foi cancelado.

Quando o assunto é iluminação pública, a situação é péssima, já que não há a manutenção pela Prefeitura, mesmo os consumidores pagando regularmente a contribuição de iluminação pública; no anunciado e festejado projeto "Ilumina Maracanã" divulgado pela Prefeitura não há investimentos em nenhuma localidade de Maiandeua: Algodoal, Fortalezinha, Camboinha e Mocoóca.

 

Algodoal - Tão natural e tão abandonada

 
Na praça de Algodoal, a estrutura é depreciada e sem condições de receber moradores e turistas. Até uma academia ao ar livre instalada, não levou em consideração a peculiaridade do Sal e o ferrugem deve corroer os equipamentos num curto prazo de tempo. A escola histórica "Maria de Loudes Ferreira" encontra-se abandonada e sua estrutura compromete a dignidade que deve existir no processo ensino-aprendizagem.

 

Comunidade já reuniu com MP

Os moradores já reuniram com o Ministério Público do Estado e relataram as dificuldades das localidade praianas e aguardam as providências. Sempre há um bom fio de esperança. Segundo uma moradora - que prefere não se identificar com medo de retaliações - na área de saúde, a unidade da família local tem pouco atendimento e não há medicamentos e insumos suficientes. 

 

Lixo acumulado lá ao fundo aguardando o barco coletor

Outro fator causador de problemas é o lixo. Quanto ao recolhimento, moradores confirmam que a equipe atual de limpeza executa bem os serviços, entretanto, as embarcações destinadas a levar o lixo para a sede do município - conforme antiga determinação judicial vigente - demoram a chegar na ilha e os resíduos de toda sorte ficam à mercê no porto local, e com o movimento das marés, o lixo se desprende e invade os manguezais e furos da ilha.

O carnaval. Nenhuma iniciativa do Poder Público e os bloquinhos

 

Foto-divulgação página Algodoal/Maiandeua

O feriado de carnaval, que já atraiu muita gente no passado e brilhou de forma internacional por causa do afamado "Jegue Elétrico" - o som acoplado num cavalo - não recebeu nenhum centavo de recursos da Prefeitura de Maracanã, que concentrou verbas somente nas festas da sede do município com mega estrutura, incluindo, camarotes para autoridades e amigos do governo, o que de forma significativa revoltou os moradores da região praiana, que não puderam contar nem com um "somzinho' pra embalar a festa de Momo. Lá em Algodoal, os bloquinhos de rua é que fizeram a folia não passar em branco.

 

O empreendedor Artur do Transporte

O Blog ainda ouviu o empreendedor da região salgada na área de transporte, Artur Nogueira, que tem feito uma série de divulgações no estado sobre Fortalezinha, Algodoal e Maracanã. Artur do Transporte - como é conhecido - também falou do assunto em suas redes sociais, abraçando a campanha de valorização das comunidades praianas e disse "O turismo possibilita o desenvolvimento econômico e social. Quando se trata de regiões onde existe a escassez de arrecadação própria, incentiva-lo permite que a disparidade social e econômica seja reduzida e as famílias possam viver com dignidade e respeito".