HISTÓRIAS PRAIEIRAS - Ilha de Maiandeua



Há muito tempo, estava eu de passagem na ilha de Mayandeua, um vento agradável saboreava os rostos de muitos turistas que analisavam com suas câmeras portáteis a visão destas terras praieiras. Assim, neste causo que vos narro, iniciarei o que aconteceu nesta viagem.
Houve um momento de grande alvoroço, depois da saída do pequeno barco denominado “Rio do Mangue”. Lá pelas 15 horas, estávamos a caminho da ilha.
 
 
 
Um dos tripulantes adiantou-se para ligar um toca fitas que parecia mais uma nave ou um bicho estranho de outro planeta. Entre alguns que não gostavam do gosto musical do referido cidadão, atentei-me para uma senhora de olhos vigorosos onde pediu para que o moço baixasse mais um pouco o volume daquele alto-falante, pois, estava incomodando os seus “ouvidos”. O moço com ar de sua graça e sua cachaça barata, simplesmente ignorou o pedido da senhora e por molecagem aumentou ainda mais o volume do referido aparelho. Todos no momento ficaram mais atentos para o referido mancebo que implantava alguns sentimentos não muito positivos para a viagem. Logo que foi realizado o pedido, um senhor de barbas longas, comoveu – se com a senhora e tomou as dores da petição. Então, percebi que ali iria iniciar uma confusão no “Rio do Mangue”. Assim, um senhor de fisionomia calma, endireitou-se para pedir novamente ao cidadão que baixasse o volume do aparelho. Triste e ignorante resposta, o moço nem deu atenção. São interessantes estes homens de aparelhos portáteis que circulam por todos os lados nestas praias do Norte, copos e pequenas garrafas vão à boca, gargalhadas se proliferam com um som modista e uma essência apelativa nas palavras . Entretanto, fora a musicalidade do referido momento, acredito que a maioria da tripulação estaria pensando em que aquele rapaz se confiava por demais. Assim sendo, o sentimento geral de toda a equipe de bordo era desconfortável. Além de ter que ouvir as palavras melodiosas “ jufgrttetto, oh...myhhokjdyel uuuu gakkldllççoo” um calor insuportável entrava nas ventas. Com o poder das ondas, algumas crianças começavam a chorar outras traziam uma felicidade e muita tranquilidade em seus semblantes.
Do mar, às vezes, um vento vinha mais forte, e as ondas eram mais arrasadoras. De repente surgiu lá da proa um rapazote de aparência quase de “zumbi” ! Parecia que não dormia há muito tempo, pegou o aparelho do outro planeta e simplesmente jogou ao mar. Todos ficaram estupefatos com o acontecido. Este referido rapaz, de certo misterioso, apareceu imponente, com a face avermelhada trazia a sua cólera por não poder dar uma cochilada naquele momento. Tensão no “Rio do mangue,” faltavam apenas uns dez minutos para chegarmos à ilha e todos os tripulantes agitaram-se para dar apoio ao jovem. Palavras de baixo calão soavam ao vento, tripulação agitada condenava o ET e seu aparelho. Agora na maré. Neste momento de tensão, alguns relatavam que foi o outro rapaz que havia esquadrinhado aquele final. O barco dirigia a proa para o trapiche . Subitamente o ET saltou para cima do "zumbi". Triste decisão, quase toda a tripulação capturou o ET onde aproveitaram para dar uns cocorotes no dito cujo. No entanto, ocorreu o que ninguém esperava o capitão da embarcação decidiu parar o motor para resolver o problema com o objetivo de amenizar a situação para não ocorrer o pior. Assim, o capitão conseguiu apartar a briga, o ET e os tripulantes assim ficaram mais calmos, quando, de repente, submerge das águas a nave do ET tocando a música maldita. Gargalhadas no “Rio do Mangue” ninguém acreditava que aquilo era verdade e o curioso mais uma vez aconteceu: Três, quatro, cinco homens pularam n’água para salvar a nave musical.


Agora, todos já sabem que realmente aquelas águas são encantadas. Mas o mais curioso é que ninguém conseguiu salvar o aparelho e o mesmo desapareceu como por encanto. Dizem os pescadores daquela região que o aparelho ainda toca por aquelas águas e dizem que os botos tucuxis adotaram aquele presente. E que nas noites de lua cheia se ouve distante a velha canção:
“ jufgrttetto, oh...myhhokjdyel uuuu gakkldllççoo”
- Não tenho nada a ver com isso, só sei que aconteceu em Dezembro de 1992. Coisas de Mayandeua.



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Projeto Literário e Musical Primolius N° 205

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