A travessia do veterano surfista Sérgio Roberto do Farol Velho

 

Por Maurício Botelho

A história do surf em Salinas, é essa ...

Nós não tínhamos dinheiro, surfavamos em pedaços de madeira, isopor, pranchas velhas, remendadas...em tudo que flutuava e aguentava nosso peso.

Pra ir a praia? De carona, se você desse uma lavadinha no carro ou na prancha da galera, depois. De "pau de arara", se você tivesse dinheiro, senão tentava pedir pro "compadre Bonitinho" esse vácuo. Ou pegava carona nos caminhões que levavam os trabalhadores da construção civil.

Tínhamos de ir cedo, pois esses "meios de transportes", saiam de manhã e só voltavam final de tarde. Perdeu a hora, parceiro? Dormia largado por qualquer lugar ou vinha andando pra cidade. Comida? biscoito com leite condenado e coca-cola, ou pescava nas pedras e pagava pra fritar.

 

A galera na época do surf no Sal...

Daí a "Familia Félix", abriu as portas pra galera. Sempre foi nossa família no Atalaia.
Dona Helena, Júnior, Sérgio, Buguelo, "Seu Crispin"... O "Banzai Bar"...O "Bar da dona Helena".. tornou-se nossa casa, também... Passávamos meses por lá.

 
Acordando cedo pra encher o tanque com água do poço, "despescando" rede, pegando siris, pescando nas pedras e surfando. Surfando muito...

Nossa família está de luto, pois o grande surfista e amigo "Sérgio Roberto Félix" se foi. Se foi nosso irmão...
Vá em paz campeão!