Desvendando Maiandeua - Gringa é a praia e Pedra Chorona a gruta

 

Por Sandro Barbosa *

Antes de arrumarmos as mochilas, as câmeras e nossos corações, fizemos aquilo que todo bom navegante faz: uma rápida pesquisa no Google.

 
Estávamos atrás de lugares fora das rotas já conhecidas da ilha de Maiandeua. Toda a região é um encanto. No momento em que pesquisávamos,apareceu o nome "Pedra Chorona ". Ficamos curiosos e colocamos como uma das prioridades para visitar assim que chegássemos em Fortalezinha. No início achei que era uma praia, tentei saber mais sobre esse lugar junto aos nativos da vila, mas as informações eram bem limitadas. Alguns me diziam que era o local onde se pegava sernambi; outros não sabiam precisar a direção. Então, quando estava tomando um dos melhores sucos de acerola da região na padaria lá da pracinha, o Ivan nos atendeu dizendo que poderia ajudar a gente. Conseguiu falar com o Yan, que muito atenciosamente se disponibilizou como um "guia". Em Fortalezinha existe essa rede solidária e humana em que todos se ajudam de alguma maneira. Todos se conectam e se conhecem. Então rumamos pra lá, para a misteriosa "Pedra Chorona ". Um caminho incrível por dentro da ilha. Íamos cortando o mangue e durante esse trajeto surgiam casas, pessoas, a paisagem abria e fechava,numa trilha de pura adrenalina e aventura...pequenas dunas,lagos e aves que compõem a natureza do lugar...

Quer saber mais?

Como havia dito acima, achávamos que "Pedra Chorona" era uma praia. Desde a descoberta desse nome, antes da ida para Fortalezinha, a curiosidade só aumentava. No dia seguinte de nossa chegada na vila, rumamos em direção ao manguezal .Atravessamos a região da Camboinha até chegar no dito lugar. Até uma certa parte do caminho dá pra ir de moto, mas aí, pela vegetação ainda bem preservada nessa parte da ilha de Maiandeua, só é possível ir andando. Lembrando que toda região é uma área de proteção ambiental. Chegando no lugar, ficamos encantados!!!A praia ainda parecia intacta e sem a interferência do ser humano. O silêncio só quebrado pelas ondas que cruzando o mangue, vinham escrever nas pedras, versos líquidos de luz. Impossível não se conectar com a natureza ali. Gaivotas nos recepcionando sob a luz fria do inverno amazônico que se inicia pelas bandas de cá...uma experiência inesquecível. Na volta para a vila de Fortalezinha, tentamos colher mais informações sobre o lugar, então lembrei do grande fotógrafo e nativo de algodoal, Sávio Lima, profundo conhecedor de todo o município de Maracanã. Ele me contou que a praia na verdade se chama "Gringa" e que "Pedra chorona" é uma gruta que abriga uma pedra que chora de janeiro a janeiro criando vários lagos na praia. Disse também que o lugar é tido como encantado e que nada pode ser levado de lá, caso isso aconteça, as consequências podem ser muito desagradáveis. Quando mostramos as fotos, ele disse que provavelmente estávamos no final da praia, justamente num local que não é frequentado pelas pessoas, aliás, como ele mesmo falou: é uma praia escondida e não muito visitada, até mesmo o caminho que fizemos não é o escolhido pelas pessoas que se aventuram por lá. 


É possível avistamos de lá a vila de Marudá na outra margem do rio.


Praia da Gringa-Maiandeua-Maracanã-Pará.

























* O autor do texto e fotos é poeta, fotógrafo profissional e um apaixonado por Maiandeua.

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1 Comentários

  1. A praia da "Gringa" tem esse nome em menção a minha madrinha Italiana Livia Gasbarra (in memoriam), que nos anos 90 comprou uma grande área de terra e fundou o " Clube Ecológico Internacional da Amazônia". Um clube de preservação ambiental que recebeu visitantes e profissionais do mundo inteiro.

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