Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada

Por Ícaro Gomes

Há alguns dias resolvi perguntar à uma pessoa próxima ao prefeito de Maracanã, quais são as impressões dele sobre o próprio governo. Há de convir que a resposta assusta:: "ele pensa que está tudo bem, acha que faz uma boa administração, muitos da assessoria elogiam sua ações e pra ele há dificuldades que serão corrigidas, mas na real tudo vai bem". A resposta nos remete a pensar que o prefeito é que ainda não "caiu na real". Parece que a "ficha ainda não caiu" e ainda não assumiu que agora é o responsável por resolver os problemas da cidade.

Fui um pouco mais além e questionei sobre o que o prefeito acha que vai bem. A resposta novamente assusta: "ele está levando lâmpadas para as comunidades, aonde só havia escuridão, reparos em escolas, melhorou a orla, arrumou algumas vicinais e deverá receber um recurso para uma grande obra na cidade". É bem pouco, muito pouco, para quem foi eleito com mais de 9 mil votos e já representou bastante a esperança de mudança.

A "nova" gestão do município de Maracanã completa 10 meses amanhã com muitos perrengues e grandes dificuldades para existir como bússola de um novo tempo prometido e que não aconteceu até o momento. Nas ruas, as pessoas têm a sensação de que os sopros de mudanças ficaram enclausurados nas gordas gratificações de protegidos e protegidas que ajudam a construir a estória que "tudo vai bem". Um sentimento claro do povo ter trocado "seis por meia dúzia".

A gestão festejada com o belo slogan "Maracanã para todos" vem se tornando o pior exemplo administrativo da região e mergulha a cada dia numa maré de improvisos e muitas, muitas, muitas, gatunagens. As redes sociais estão fartas de denúncias de todos os métodos e especializações no suposto desvio de condutas administrativas e nas ilegalidades praticadas de forma direta. O maior exemplo é da Saúde, onde patina e o prefeito não consegue uma ambulância nova para o município, enquanto outras cidades vizinhas desfilam modelos de veículos da saúde.

Nos primeiros 100 dias de governo, eu disse que o governo novo não era ruim. Era muito ruim! 

Agora, mais algum tempo depois, podemos observar que piorou. Nas ruas e esquinas fala-se muito mal da gestão. O prefeito continua sem pulso, não faz autocritica e se embebeda na soberba que foi eleito pela grande maioria e vai se afastando de aliados, no achismo que pode repô-los a qualquer momento que quiser.

E o que esperar? A tendência de piora é grande, o governo vai remando contra a maré e mergulhando num suposto mar de corrupção, mesmo contando com o silencio sepulcral do Palácio da praça São Miguel Arcanjo e sem esperançar qualquer guinada de rumo. Muitos ainda cultuam que o problema são os secretários e secretárias e a simples troca de algumas peças pode dar um novo norte. Ledo engano. O problema é o próprio prefeito!

* o autor especialista em educação, blogueiro e ativista social e político.