Produtores de açaí fazem paralisação contra empresários, em Igarapé Miri


Categoria reclama do preço estipulado pelos grandes compradores de açaí da região.



Por G1 PA — Belém





Empresários estariam comprando o fruto por menos da metade do preço sugerido por agricultores. — Foto: Tarso Sarraf/ G1



Produtores de açaí do município de Igarapé Miri, nordeste paraense, iniciaram nesta segunda-feira (23) uma paralisação na produção e venda do fruto para grandes empresários da região. A categoria se reuniu na praça central da cidade para protestar contra os compradores. A paralisação não tem data para terminar.





Agricultores se reuniram para protestar na praça central de Igarapé Miri — Foto: Reprodução

A reivindicação dos agricultores é contra o preço ditado pelos donos de fábricas que compram o açaí produzido no município. O protesto envolve também os chamados 'atravessadores', categoria que faz a mediação na comercialização entre os produtores e os empresários.

Desvalorização

Segundo os trabalhadores, a classe é a menos remunerada no comércio do fruto, pois o preço de venda estipulado não compensaria o custo que eles têm para produção, manutenção dos açaizais e colheita do fruto, que é terceirizada. As empresas estariam pagando de R$ 30 a 40 reais por paneiro de açaí. Para eles, o ideal é que o paneiro fosse vendido a 100 reais.

Márcia Vasconcelos é agricultora de Igarapé Miri há 17 anos e conta que , por não haver um preço fixo na comercialização, em alguns dias, sobra apenas dez reais no valor final de lucro. Ela conta que após o preparo da área onde será plantado o açaí, ainda leva de três a quatro anos pra que o fruto possa ser colhido, então os gastos chegam a aproximadamente 10 mil reais por ano.


Trabalhadores com famílias grandes não têm conseguido se sustentar diante dessa realidade. "Com isso o comércio enfraquece ,as pessoas passam necessidades. É triste a realidade de nosso povo. Muitos que aposentados fazem empréstimos para poder limpar o acaizal", explica a agricultora.

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