Prefeitura de Belém implantará Escola Parque de Mosqueiro




Força-tarefa visitou as áreas de terra firme, as trilhas e os trechos alagados do Parque Ambiental de Mosqueiro para poder elaborar um projeto que contemple a diversidade do espaço

Foto: Lílian Leitão - Ascom/Semec


Quem parte do porto do bairro da Brasília, no distrito de Outeiro, em direção ao porto Pelé, no distrito de Mosqueiro, navegando pela baía de Santo Antônio, enxerga Belém como ela é: uma metrópole banhada por rios, incrustrada na floresta, povoada por populações ribeirinhas e extrativistas. Para confirmar e valorizar essa identidade, um projeto revolucionário começa a se desenhar em Belém. Trata-se da Escola Parque, uma iniciativa de educação integral sustentada na valorização da cultura local, cujo projeto está em elaboração.

Na terça-feira, 13, a secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt, o secretário municipal de meio ambiente, Sérgio Brazão, o presidente da Fundação Escola Bosque (Funbosque), Alickson Lopes, a agente distrital de Mosqueiro, Vanessa Egla, e o arquiteto e urbanista José Raiol, coordenador dos projetos especiais da Prefeitura de Belém, comandaram uma visita técnica ao Parque Municipal da Ilha de Mosqueiro.

A unidade de Mosqueiro será uma das Escolas Parques que serão construídas em Belém, adianta Márcia Bittencourt. O projeto, em fase de elaboração, alcançará outras regiões da capital.

Escola Parque terá característica dos ambientes da Amazônia

Acompanhados por uma equipe formada por pedagogos, arquitetos e engenheiros, os titulares das pastas percorreram os limites do Parque de Mosqueiro, que tem 190 hectares. “Nós iniciamos o projeto da construção das nossas escolas do Governo da Nossa Gente. Escolas que representam socialmente aquilo que a gente pensa como projeto de escola amazônica. Nessa parceria, nós estamos trabalhando junto com a Semma, com o apoio da Funbosque e com a nossa Agência Distrital”, informa Márcia.

Meio ambiente - A ideia é construir uma escola que se relacione com o meio ambiente do Parque, explica Sérgio Brazão. “Aqui em Mosqueiro, em um parque ambiental com uma área de 190 hectares, irá surgir uma escola com características amazônicas, uma parte na terra firme, uma parte na várzea, uma parte com estivas para os alunos, para todos conhecerem esse ambiente amazônico. Belém vai usufruir de um ambiente especial”.

O responsável pela idealização do projeto arquitetônico se entusiasmou na visita. “É uma satisfação muito grande estar aqui. É uma maravilha este espaço. Essa escola vai contribuir para uma educação de raiz, uma educação com todas as tecnologias mais modernas do mundo, mas sem perder sua característica, seu compromisso com o lugar. Vai ser uma escola em que o aluno vai ter essa relação com a flora, com a fauna e o seu amor à natureza. Será uma escola verdadeiramente inclusiva e amazônica”, afirma José Raiol.

Amazonizar” - O presidente da Funbosque destacou a importância pedagógica da iniciativa. “A ideia é ‘amazonizar’ Belém. Criar espaços que representem verdadeiramente a nossa região, a nossa concepção de cidade. Incluir a região insular, para nós, faz parte de uma estratégia importante de conceber uma nova ideia para a nossa cidade. As escolas precisam ser local de acolhimento, de floresta, de contato com a natureza. O aprendizado das nossas crianças precisa passar por dentro de uma concepção de que elas estão, de que elas pertencem à Região Amazônica. A gente está aqui, muito feliz com essa possibilidade de trabalhar aqui em Mosqueiro”, informou Alickson.

Para a agente distrital de Mosqueiro, o projeto é revolucionário. “Representa o desenvolvimento, representa a aproximação com as nossas crianças, com as nossas famílias, a manutenção das nossas tradições amazônidas e a proximidade com a nossa característica específica de Amazônia. Com certeza o projeto trará maiores oportunidades para as nossas crianças e será um sucesso”.

A Unidade de Conservação Parque Municipal da Ilha de Mosqueiro foi criada pela Lei 1.401/88 e é formada pelas ilhas do Cotovelo, Terra Alta e Carará e margeada pelos rios Murubira e Tamanduá. O espaço possui três quilômetros de trilhas.

Texto:
Lilian Leitao

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