MARACANÃ MINHA PAIXÃO - A crônica sobre os pescadores por Ricardo Costa



Os pescadores Maracanaenses 

 

Pessoas simples e modestas, situação financeira pouco estável, mas ricas em experiências. Esses são os pescadores, pessoas como nós, que tem sonhos e objetivos, muitos desses objetivos resumidos em dar aos filhos o que a vida não os concedeu quando jovens. A embarcação usada pelos pescadores é a canoa ou o barco. As canoas são pequenas embarcações formadas de um casco de madeira sem leme, aberto. 

A canoa pode ser movida a vela ou a remos. Já os barcos a vela ou a motores que funcionam com óleo diesel. Ainda de madrugada, os pescadores, homens fortes, deixam suas casas, onde suas mulheres e filhos ficam a espera de sua volta. Levando junto o frio e o sereno da noite. As canoas são empurradas para dentro d´água, até ficarem flutuando. Enquanto os barcos, os pescadores giram as manivelas dos motores até adquirir a força necessária para funcionar por si só, alguns barcos já possuem recursos que não precisam mais deste esforço, mas os pescadores mais modestos ainda se utilizam deste. Esses homens não se abatem diante do perigo. Nem os ventos fortes, nem a fúria das ondas, a cerração do mar, nenhum desses obstáculos os dominam, pois nasceram e cresceram, vendo no mar o pão de cada dia. Quando a aurora se aproxima eles já estão em alto mar, navegam a deriva a procura de sustento, pensando em suas esposas e filhos. Quando chegam a lugares favoráveis à pesca, lançam suas redes, e depois as recolhem cheias de peixes. Mas nem todos os dias são propícios à pesca. Às vezes os pescadores se desdobram pelo dia inteiro, trazendo consigo ao invés de peixe, um cardume de tristeza dividido em cestos vazios, resultante de mais um dia de pescaria. Pescar para muitos pode ser um esporte, mas para os verdadeiros pescadores a pesca é uma escola de experiência para a vida, e muitos de nossos irmãos maracanaenses vivem dessa profissão perigosa e pouco compensadora.

 

O autor é Ricardo Costa

 *Crônica vencedora do concurso literário nacional: "Crônicas à Beira do Caos", Editora BR Letras.

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