A travessia do "Dindão" em Marituba

E fez sua travessia para o outro plano, o querido Raimundo Silva de Souza, conhecido em Marituba como "Dindão", pessoa simples, batalhadora e construiu um legado de generosidade e alegria na sua vida, deixando saudades para familiares e amigos que se despediram com pesar, mas com a certeza que cumpriu sua missão terrena com desenvoltura e responsabilidade. Silvio Eder, o Edinho, irmão de "Dindão" relatou de forma fantástica a sua trajetória.



"Ao Vaite"

No fundo, meu irmão Dindão, era uma eterna criança que se recusava envelhecer e que amava soltar pipas/papagaios e presentear a molecada com as que ele mesmo confeccionava, um adulto de alma e coração infantil, recusava-se aceitar a velhice, pensamento que talvez tenha precipitado sua partida à casa do PAI... 

Todos os anos durante o verão, mas mais no mês Julho, mês que comemorava aniversário, ia até ao mercado comprar tala e papel de seda de cores variadas para dar vida à suas inspirações, verdadeiras obras de arte de desenhos e formatos diversos... borboleta, T, pote etc..., etc... Exímio empinador, montava 'rabiolas' para agradar e presentear os moleques que ficavam em seu redor enquanto soltava ao vento, para dar 'laço', seus prediletos papagaios furta cor (...) 

Meu irmão assumiu responsabilidades ainda muito jovem ao conhecer sua esposa Lúcia, moça simples, muito afável de família humilde, família esta que foi abandonada pelo pai e que meu irmão, dentro de suas possibilidades e limitações, ajudou como pode. Fato reconhecido, hoje, por sua cunhada Ruth, durante discurso de despedida: " SEMPRE VI EM MEU CUNHADO A FIGURA DO PAI QUE NÃO TIVE!".

A morte deixa dores irreparáveis, mas o amor nos conduz a memórias I N E S Q U E C Í V E I S...! Dindão era o segundo de dez irmãos e eu, o nono. Onde ia me levava a tiracolo, Mosqueiro, Salinas, Algodoal, São João de Pirabas... etc..., etc..., etc..., lugares que conheci ainda criança por que ele e sua esposa me levavam para passear com eles e na bagagem não podia faltar tala, papel de seda de cores variadas, linha, cola preta e vidro moído.

(...) esta semana, depois de sofrer um acidente domestico, meu irmão deu seu último 'laço' e teve sua linha da vida cortada, vimos seu papagaio furta cor pegar redemoinho e sumir de nossas vistas, porém nunca de nossos corações, rumo ao céu.

DESCANSE EM PAZ MEU IRMÃO!!!
 
 
Por Silvio Eder Souza



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