Entre as postagens, os seguidores podem ver uma mulher diferente da que foi mostrada para o Brasil na denúncia do estado em que vivia.
Com informações da revista Marie Claire
Madalena antes e depois da grande mudança em sua vida (Reprodução / Instagram)
Pouco depois de quatro meses de seu resgate de uma vida de quase 4 décadas em condições análogas à escravidão, na casa da família Milagres Rigueira, em Patos de Minas (MG), Madalena Gordiano, de 46 anos, segue novos rumos. Podendo sentir a liberdade, a mineira resolveu criar uma conta no Instagram para compartilhar sua história de superação.
"Sou Madalena, mas para os mais íntimos sou Madah! É hora de voar", dizia a descrição do perfil. Madalena já conta com mais de 25 mil seguidores na rede social.
Entre as postagens, os seguidores podem ver uma mulher diferente da que foi mostrada para o Brasil na denúncia do estado em que vivia. Agora, ela carrega um sorriso largo no rosto.
Madalena compartilha cliques de momentos importantes, como quando visitou um salão de beleza pela primeira vez e passou por uma transformação: "Detalhes do meu dia de princesa".
Ela também aparece sorridente durante visita a Brasília: "Estou me tornando símbolo da luta pela liberdade e trabalho digno!".
Relembre o caso de situação análoga à escravidão
Madalena foi adotada, informalmente, aos 8 anos pela professora Maria das Graças Rigueira. Ainda criança, ela parou de estudar e passou a fazer todos os trabalhos domésticos na casa da família.
Anos depois, a professora "deu" Madalena a seu filho, também professor universitário, Dalton César Rigueira. Ela passou a trabalhar como doméstica para ele e sua mulher, Valdirene Rigueira.
Madalena começou a deixar bilhetes pedindo pequenas quantias de dinheiro para comprar produtos de higiene pessoal. Foi quando os vizinhos da família desconfiaram que algo estava errado.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Trabalho, Madalena vivia desde os 8 anos em regime análogo à escravidão. Ela estaria sendo submetida ao trabalho de domingo a domingo, sem carteira assinada ou qualquer benefício, como descanso semanal, férias e 13º salário.
Madalena ficava, ainda, sob a vigilância dos patrões. Ela foi resgatada em novembro de 2020 e levada a um abrigo em Uberaba, também em Minas Gerais. O caso segue sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho.
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