Indígena passa em 1º lugar para medicina após vencer preconceitos e dificuldades para se alfabetizar em MT

Farato, como gosta de ser chamado, é da etnia Matipu, nasceu na Aldeia Kuikuro e cresceu na Aldeia Buritizal, ambas localizadas na região do Alto Xingu.


Por Flávia Borges, G1 MT


Dyakalo Foratu Matipu fez a prova para o curso de medicina. — Foto: Arquivo Pessoal

O indígena Dyakalo Foratu Matipu passou em primeiro lugar para o curso de medicina em um vestibular realizado na aldeia Kuikuro, na região do Alto Xingu, em Mato Grosso. Eram seis vagas para medicina, cinco para odontologia e duas para medicina veterinária.
Farato, como gosta de ser chamado, é da etnia Matipu, nasceu na Aldeia Kuikuro e cresceu na Aldeia Buritizal, ambas localizadas na região do Alto Xingu.
No final de 2018, já formado em enfermagem, Farato passou em primeiro lugar em ciências da matemática na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Em um relato emocionante, Farato conta que sempre sofreu preconceito por ser indígena, mas que nunca desistiu. Começou a estudar aos 10 anos. Até então, vivia na aldeia, pescando e jogando futebol com as outras crianças do local, sem a oportunidade de ser alfabetizado.
Quando começou a aprender ler, precisou sair da escola, pois a família se mudou de aldeia. Farato pegava jornais e revistas que, muitas vezes, estavam jogados na aldeia e tentava ler.


Farato conta que precisou empurrar a moto por mais de 2h. — Foto: Arquivo Pessoal


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