Moro não "afasta" ou "desafasta" nada. Nem "riscos de retrocessos".

Por Paulo Bemerguy




Sergio Moro, como se esperava, vai integrar o governo Bolsonaro.
Mas, sabemos, trocar a magistratura federal por um cargo no primeiro escalão do Executivo - e ainda mais na anunciada condição de superministro da Justiça - pode ser, em sua trajetória, uma realização imediata que conduz a uma aspiração mediata.
Moro, sendo ministro da Justiça, deve ter sua indicação assegurada para a próxima vaga que abrir no Supremo. Esta, sim, é sua aspiração.
E o que o doutor poderá fazer na Justiça?
Teremos que esperar.
Ele diz que será ministro da Justiça para "afastar riscos de retrocessos".
Não se queira tanto, doutor.
Não se queira.
De salvadores da Pátria - desta nossa, a mãe gentil, e de outras -, estamos cheios.
Quem nos afasta, ou não, de "riscos de retrocessos" não é o Sergio, o João, o Manoel, o Luiz Inácio ou o Jair.
O que nos afasta dos "riscos de retrocessos" é a solidez das instituições democráticas.
O que nos aproxima dos "riscos de retrocessos" é cair na tentação dos voluntarismos, dos personalismos e outros ismos, que podem até inebriar as massas, mas acabam por conduzi-las a experiências tenebrosas. Heil!
E podem, tais personalismos, levar a democracia de roldão.
Mas, de toda forma, boa sorte a Sergio Moro.
Ele tem, sim, boas condições para fazer um bom trabalho.
Mas sem salvacionismos, vamos ser claros.

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