* Por Emanuel Pereira
Imagem: Pascom Maracanã |
O povo de Deus vivencia mais uma festividade a São Miguel, etronizado como padroeiro de Maracanã desde 1757, quando a freguesia conquistou título de vila e passou a se chamar São Miguel de Cintra.
Herança da colonização portuguesa, a religiosidade da família maracanaense é sentida plenamente nos mais variados eventos que acontecem pelos quadrantes da paróquia.
São 261 anos de devoção ao general do exército celeste.
Caminhando para a casa dos 70 (Ah, como eu queria chegar lá), puxo pelo fio da memória e me vejo no largo de São Miguel.
A bandinha tocando no coreto, carrossel do velho Sombra e o balanço do Pé Fino. Bolos e outros acepipes apregoados pelo arraial. Marreteiros e vendeiros. Aristóteles e a Teonila; tia Honorata, dona Augusta, dona Joaninha e o raspa-raspa do Vicente Pimentel. Entre o espocar do foguete do Zé Lourenço e a zoada da aparelhagem sonora, o badalar do sino anunciando a novena.
No dia 29 - feriado na cidade. Dia de roupa nova, almoço em família. Missa solene, procissão e fogos de artifício. No dia seguinte, a regata de canoas a vela encerrava a festividade do padroeiro.
Tempos que se foram - a modernidade induz o arrefecimento de consideradas tradições, mas a fé do povo maracaense é inabalável e perpétua.
Diagnosticado com fibrose pulmonar, recorri amparo ao Arcanjo Miguel. Sou seu devoto, creio e exalto o seu santo nome.
Espero estar na boa terra no dia 29 - vou reavivar minha fé ao Príncipe Celeste. Queria levar uma lembrança a cada amigo que me leva consigo em suas orações. E veio em forma de canção - um hino ao santo padroeiro. Olhando no calendário, era 19 de setembro, reverenciado pela Igreja Católica como o Dia da Aparição de São Miguel sobre o castelo de Santo Ângelo, nos anos 540 da nossa Era Cristã.
Um presente divino?
Obrigado, Miguel!
Assim seja!
"Cantar, um canto de vitória
Nossa fé, nossa glória
Ao Arcanjo Miguel..."
0 Comentários