Por Fernanda Cristo
Itamar é um jovem de Maracanã que mora em Blumenau(SC) e recebeu um grande carinho de sua mãe enviado de Maracanã. O que mata a saudade, talvez tenha também a essência para nos apontar o futuro. |
Rostos cheios de lágrimas e lá vai ficando pra trás os familiares queridos, a mamãezinha, o papaizinho, o maninho, a maninha, a amiga confidente da escola, o amigo de banhos de igarapés e do jogo de futebol de fim de tarde. É assim, infelizmente, a partida de muitos jovens maracanaenses que buscando uma nova condição econômica e de educação aventuram-se pelo Sul do país, principalmente, o estado de Santa Catarina.
Já vi no Blog inúmeras postagens contando histórias de jovens que abandonaram suas raízes para buscar um lugar ao sol mais ao sul do Brasil. Histórias vencedoras e outras ainda sem as expectativas criadas.
É certo que o município de Maracanã não pode assistir a tudo isso inerte.
Maracanã precisa de um plano de desenvolvimento econômico assim como outras cidades da região que estão investindo nos seus. O governo municipal é estático e não busca socorro nas esferas estadual e federal.
O ciclo de desesperança para não ter fim.
Hoje, pelos dados oficiais, Maracanã tem sua renda maior baseada nos benefícios sociais, sendo uma das cidades na região campeãs em aposentadorias e auxílios, principalmente, devido a agricultura e a pesca. Na outra ponta, os recursos da Prefeitura que circulam em forma de salários. É pouco, muito pouco, para uma cidade que tem 365 anos e grandes potenciais econômicos e turísticos. É pouco para criar um horizonte esperançoso, um cenário que seja favorável a novos negócios e se transformem em geradores de emprego e renda
Para não estender muito o assinto, digo que Maracanã conta com duas das maiores e mais belas praias do salgado paraense: Algodoal e Marieta; conta com um dos acessos mais favoráveis da região de conexão ao Oceano Atlântico; e conta com terras férteis ideais para as cadeias de açaí e dendê. Mas o que acontece?
Não há um plano de desenvolvimento sustentável! O governo municipal não tem um órgão que cuide disso e nem especialistas para apontar um caminho.
A Amazônia está ganhando dinheiro com o açaí que virou moda e uma febre mundial. O que o nosso governo municipal fez? Por que não há projetos nesta área?
Bragança colocou sua massa de caranguejo chamada de "Filé do Mangue" em vários mercados do Brasil. O que nosso governo municipal fez?
Creio que a hora é de refletir! Largar as paixões partidárias e focar num plano de desenvolvimento para apontar as soluções.
Que o futuro será mais promissor. Maracanã pode ser muito mais!
* A autora é professora especialista em Letras, Bacharela em Direito e Vereadora do município de Maracanã.
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