O testemunho do poeta Emanuel Pereira de Maracanã



E veio o diagnóstico - Fibrose Pulmonar Idiopática. Aos olhos da ciência, uma doença sem causa conhecida, sem cura, embora controlada. O resultado havia chegado um pouco tarde; meus pulmões já estavam lesionados. Começava alí uma peleja pela vida. Corticóides e outras drogas para inibir o avanço da doença. A conta gotas o abatimento foi me cerceando; antevendo o nocaute, agasalhei os apetrechos habituais, dei um até breve à boa terra e me aquietei no aconchego da família - nosso porto seguro; graças a Deus Ele me concedeu essa dádiva. Tenho paz, cuidados e afeto.
Nesse caminhar, veio a recomendação de um novo medicamento específico para o tratamento de Fibrose Pulmonar, importado da Alemanha e de custo bastante "salgado", onde a alternativa viável de aquisição foi recorrer a União e ao Estado, perlenga que já decorre um bom tempo. Enquanto isso, os efeitos da doença me faz conviver com um intenso cansaço, adicionado a tosse irritativa e intermitente. Tempos que se foram; meu gás está rareando. Depois de tantos depois, ingressei no mundo virtual - esplêndido! Uma oficina de qualidades - amigos, poetas do bom entretenimento. Um soro de alento a custo zero.
Dias atrás, impaciente com a rotina do "nada faço" e a demora de uma resposta da Justiça, "pensei em voz alta":
"Esqueceram de mim. Sinto a minha cruz mais pesada". Dona Sandra que estava sintonizada na mesma frequência, relutou com um conhecido pensamento: "Deus não te dá um fardo que não possas carregar. Tenha paciência, tudo vem à sua hora". Uma semana depois, uma boa notícia invadia a nossa casa. A compra do esperado medicamento havia sido autorizada. Aleluia!
E quando achamos que Deus está distante de nós, é quando mais perto ele está.
É Carnaval! Derrame de alegrias... A VIDA É BELA!





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