O REENCONTRO DE COLARES COM A MEMÓRIA DOS EVENTOS DE 1977 E A "OPERAÇÃO PRATO"





Filhos, netos e irmãos do Capitão Hollanda: momento de emoção em Colares


À direita, os familiares de Hollanda, com o ufólogo Gevaerd.



Palco do maior fenômeno da ufologia mundial até hoje - e quem diz isso são estudiosos do assunto e pesquisadores sérios - a ilha de Colares, durante três dias, de sexta-feira ao domingo que passou, reviveu os fatos lá ocorridos entre 1977 e 1978, no evento que parou a cidade, movimentou a economia local e atraiu turistas de várias partes do Brasil, lotando suas pousadas.



Houve palestras, shows pela cidade e rodas de carimbó, além de vigílias ufológicas nas praias do Humaitá e Machadinho, onde há 40 anos pescadores foram atacados pelos OVNIs. As galerias da Câmara Municipal, onde as palestras foram realizadas, ficaram lotadas e foi preciso montar um telão no salão de uma academia de jiu-jitsu, ao lado da Câmara, para que o público não inscrito também pudesse assistir.


O Ver-o-Fato ouviu relatos entusiasmados de pessoas que nunca tinham pisado em Colares e se diziam encantadas com a ilha, suas praias e igarapés, a hospitalidade do povo, e a visão deslumbrante que se tem, na frente da cidade, da Baía do Marajó. O I Encontro de Ufologia de Colares, promovido pelos grupos de estudo Ufologia na Amazônia e Ufologia Amazônica, com apoio da prefeitura, foi um sucesso que suplantou as espectativas de seus organizadores: Armando Monteiro, Vitório Peret, Heitor Costa, Edson Alves e Ieda Ferreira, sempre incansáveis na organização e no atendimento a todos.


O ponto alto do evento foi a presença dos filhos e netos, além de um irmão, do capitão da Aeronáutica, Uirangê Holanda Lima, um dos comandantes da famosa "Operação Prato", que investigou as luzes misteriosas que desciam dos céus e, em vários casos relatados, atacavam as pessoas, sugando-lhes o sangue e minando suas forças. Um mistério ainda não desvendado.


Levados a Colares pelo ufólogo Ademar Gevaerd, que fez a palestra de abertura, na sexta-feira, Ana Frida e Luiz Carlos Holanda Lima, filhos do capitão, acompanhados dos netos dele e do irmão de Holanda, Uiranê, foram conduzidos ao palanque armado na Praça dos 3 Poderes, onde receberam homenagens. Por iniciativa de Robson de Oliveira, vereador e presidente da Câmara Municipal de Colares, o capitão terá seu nome em uma rua da cidade, que começa na área do igarapé do Tubinho e termina na orla, na Praia do Sonrisal.


Hollanda: das investigações ao suicídio


Gevaerd, em sua palestra, destacou o papel de Holanda na apuração das aparições dos objetos não-identificados, dizendo que o capitão liderou a única missão militar brasileira até hoje realizada para tentar identificar o que eram aquelas luzes misteriosas, de onde vinham, se eram terrestres ou extraterrestres, e quais seus objetivos.


"O capitão Holanda conduziu seu trabalho com rigor e seriedade e ele próprio, com seus militares, também testemunharam o fenômeno, quando se depararam com uma nave imensa, semelhante a uma bola de futebol americano, com quase 100 metros de altura, pairando sobre o rio Guajará-Mirim", disse Gevaerd, acrescentando que esse avistamento foi um dos motivos para que fosse decretado o fim da "Operação Prato" pelo alto comando da Aeronáutica.


Em 1997, o capitão, já na reserva, concedeu ao próprio Gevaerd - que é diretor da mais longeva revista de ufologia do mundo, a UFO -, uma bombástica entrevista de mais de duas horas, gravada em vídeo, da qual participou o ufólogo Marco Antonio Petit, relatando sua experiência pessoal e de seus comandados nas investigações da "Operação Prato", sobretudo em Vigia, Colares, Santo Antonio do Tauá, Mosqueiro e Baía do Sol.


Três meses depois dessa histórica entrevista - disponível pela revista UFO no canal Youtube -, Uirangê Hollanda cometeu suicídio em sua casa na cidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Ele teria se enforcado em seu quarto com um cinto de uso militar. Segundo Gevaerd, o capitão já havia tentado o suicídio por outras duas vezes e sofria crises de depressão.


O ufólogo descarta teorias conspiratórias de que o capitão teria sido assassinado por ter revelado segredos da "Operação Prato". Mas lembrou que das cerca de 2 mil páginas dessa operação, apenas cerca de 300 foram divulgadas. Elas estão disponíveis no site do Arquivo Nacional, em Brasília.


Os dois filhos e o irmão de Hollanda, além dos netos, que assistiam a palestra, no final se emocionaram e choraram, abraçados a Gevaerd, sob aplausos dos presentes.





O salão de beleza de Colares e sua decoração atrai turistas

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