A Esperança não morre!


A esperança não morre: 'Um dia serão encontrados, todos barbudos, em uma ilha'




(Foto: Reprodução)


Apesar de o tempo máximo de sobrevivência já tenha expirado, ainda há quem tenha esperança de encontrar os marinheiros argentinos com vida. Treze dias depois da última comunicação feita pelo submarino argentino ARA San Juan, no último dia 15, parte dos familiares dos 44 marinheiros continua acreditando que eles serão encontrados com vida um dia.

"Talvez um dia sejam encontrados, todos barbudos, em uma ilha", disse Carlos Mendoza, irmão do tenente de navio e chefe de máquinas Fernando Mendoza.

O pai do militar, Juan Carlos, acha que o pior, neste momento, é a "incerteza" de não saber o que aconteceu com o filho. "Eles (a Marinha) ainda não conseguem nem sequer dizer onde está o submarino", disse.

Mas a esperança de encontrá-los vivos, mais cedo ou mais tarde, é o que mantém a tranquilidade de Gabriela Acosta, de 30 anos, casada com o marinheiro Esteban García, de 31 anos, com quem tem dois filhos pequenos, Agustín, de três anos, e Nahuel, de um ano.

"Tenho muita fé que ele voltará e voltará bem. Meu coração diz isso. E ninguém consegue derrubar essa minha certeza, apesar das más notícias seguidas que tivemos nos últimos dias", disse ela à reportagem da BBC Brasil.

Os dois eram amigos do colégio, conta, quando um dia se apaixonaram e decidiram casar e ter filhos. "Às vezes, é difícil, claro, mas quando penso nele, na garra que ele tem, volto a ter certeza de que tudo acabará bem", disse Gabriela.

Ela contou que tem conversado com as mulheres de outros marinheiros, e que não todas são otimistas como ela. "Algumas estão muito tristes. Mas eu digo: 'tenhamos fé, eles estão bem e vão voltar'."

Quando o filho de três anos pergunta pelo pai, ela responde que ele está "no fundo do mar". A criança sabe que Esteban García é submarinista - um sonho antigo que passou a realizar nos últimos dois anos, depois de uma década na Marinha argentina.


A família do marinheiro Hernán Rodríguez tampouco desistiu de esperá-lo, como contou à BBC Brasil, por telefone, o irmão Claudio Rodríguez.

"Nós estamos aqui, todos juntos, eu, minha mãe, meus primos, minha cunhada, meu sobrinho e afilhado, que é filho dele (de Henán), com a maior esperança. O último que vamos perder é a esperança", disse.

Ele justificou o sentimento dizendo que, enquanto o submarino ARA San Juan não for encontrado, seu irmão será esperado - e vivo. O filho de Hernán, Francisco, tem 17 anos, é maratonista "e também espera pelo pai", contou Claudio.

"Às vezes a dor é grande, a impaciência também, mas a esperança não morre. Temos esperança de que ele será encontrado e de que ele está bem, até porque o submarino ainda não foi localizado. Ou seja, na nossa certeza, ele continua viajando no submarino e esperando ser localizado."

As buscas pelo submarino continuam nesta terça-feira (28). Equipes de resgate de vários países permanecem empenhadas em encontrar algum vestígio que possa explicar o que houve com o submarino.

(Fonte: BBC)

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