"Rei dos ônibus" de Belém e do Rio é preso pela Polícia Federal

Fonte: Ver-O-Fato

PF PRENDE JACOB BARATA: ELE VAI DELATAR O "ESQUEMA" DE ÔNIBUS TAMBÉM EM BELÉM?



Barata Filho, preso pela PF: "esquemas" de ônibus têm ramificações em Belém?


Durante os últimos dias da última campanha eleitoral para a prefeitura de Belém, em que o tucano Zenaldo Coutinho se reelegeu, o Ver-o-Fato mandou para o gabinete do prefeito algumas perguntas, sobre um suposto esquema entre o empresário Jacob Barata Filho e o próprio Zenaldo, para que todas as linhas de ônibus que trafegam pela rodovia Augusto Montenegro fossem entregues ao empresário carioca, também conhecido como "Rei dos Ônibus".

As denúncias foram feitas com exclusividade ao blogue pelos empresários paraenses Raquel Viana e Augusto Lapa Viana Junior, das empresas Eurobus e Viação Princesa. Zenaldo calou-se e não respondeu a nenhuma das três perguntas a ele enviadas.

Quem sabe agora, caso resolva contar tudo o que sabe sobre os esquemas que montou no Rio e em Belém, Jacob Barata revele quais eram suas relações com Zenaldo e se houve dinheiro por fora, irrigado por ele, para a reeleição do candidato do PSDB. As perguntas do Ver-o-Fato ao prefeito e não respondidas eram as seguintes:


1- Os empresários Raquel Viana e Augusto Viana Júnior afirmam que em meados de 2014, após as linhas de ônibus terem sido "tomadas" pela Semob e eles obrigados a assinar documento de entrega dessas linhas ao empresário Jacob Barata, da Belém-Rio Transporte - procuraram o prefeito Zenaldo Coutinho, mas para Raquel ele falou que nada podia fazer, e nem quis receber Augusto em seu gabinete. Qual a posição do prefeito a respeito disso?


2- Os dois empresários garantem que Zenaldo sabia das "armações" e "perseguições" da dirigente da Semob Maisa Tobias para quebrar as empresas com falsas blitzes e alegações de irregularidades nos ônibus, para entregar as linhas da Augusto Montenegro e do BRT a Jacob Barata. O que o prefeito diz sobre essa acusação?


3- O congelamento da tarifa de ônibus, por Zenaldo, em 2014, teve o objetivo de quebrar as empresas que já tinham dificuldades financeiras e eram "perseguidas" pela prefeitura, para que elas desistissem do negócio, como acabou ocorrendo, para que Jacob Barata pudesse abocanhar de vez as linhas da Augusto Montenegro? O que o prefeito tem a dizer sobre essa acusação?


Gravações censuradas

Jacob Barata, que é proprietário de 35% da frota de transporte coletivo na cidade do Rio de Janeiro, e de 64% dos ônibus que circulam hoje pelo corredor da Augusto Montenegro, teve seu nome citado no escândalo Wikileaks por manter US$ 17,6 milhões em contas secretas na Suíça. O nome dele também aparece em gravação divulgada semana passada no portal da revista "Veja".

Nessa gravação, é dito por outro empresário, ligado ao Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos de Belém (Setransbel), que o prefeito e candidato à reeleição, Zenaldo Coutinho (PSDB), teria recebido R$ 2,15 milhões de reais da entidade para sua campanha, que não foram declarados à Justiça. A campanha a que ele se referia foi a de 2012, quando Coutinho se elegeu prefeito.


Os advogados de Zenaldo entraram na justiça e conseguiram retirar a gravação do portal de Veja, mas o mesmo juiz que autorizou a retirada, Elder Lisboa Ferreira da Costa, revogou a proibição, alegando ter sido “induzido a erro”. A gravação voltou ao portal da revista.

Zenaldo nega ter recebido os R$ 2,15 milhões do sindicato dos empresários, diz que a denúncia é de 2014 e define o autor da gravação como “um chantagista que foi preso por envolver-se em licitação fraudulenta de livros” para o governo do PSDB no Pará.

Vai delatar?

Barata foi preso na noite de ontem, pela Polícia Federal, no Aeroporto Internacional Tom Jobim pela força-tarefa da Lava Jato ao tentar embarcar para Lisboa, Portugal. O empresário já estava na área de embarque e foi levado para a Superintendência da PF, na Zona Portuária do Rio, após passar pelo Instituto Médico Legal (IML) na madrugada desta segunda-feira (3).

O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, com base em investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. A força-tarefa encontrou indícios de que o empresário pagou milhões de reais em propina para políticos do Rio.

Comenta-se no Rio que Barata iria fazer delação premiada e apresentar provas das propinas que distribuía para políticos cariocas. Quem sabe, ele também não teria revelações bombásticas a fazer sobre suas relações com políticos paraenses, que sempre correram atrás dele em busca de doações para suas campanhas.

No caso das linhas que trafegam pela Augusto Montenegro, Barata tem muito a dizer. Essas linhas, na gestão de Zenaldo, não cairam do céu diretamente nas mãos do empresário.

Aliás, o Ministério Público do Estado investiga desde o ano passado as denúncias dos empresários Raquel Viana e Augusto Junior.

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