A viagem relaxante de Zenaldo à Paris em nome da criatividade




Zenaldo: turismo para francês ver


Despreocupado com o julgamento de amanhã no Tribunal Regional Eleitoral, já que não corre novo risco de ter o mandato cassado - embora cassado já esteja em outro processo -, o prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) vai desfilar sua inépcia administrativa na França, para onde viajou, hoje.


Lá, na terra que derrubou a Bastilha, o prefeito irá participar de um evento da Unesco chamado Encontro Anual das Cidades Criativas, embora como gestor de Belém Zenaldo não tenha nada a mostrar aos europeus em matéria de criatividade. Ao contrário, em vez de mostrar, ele só tem a esconder.


Esconder que Belém é a capital dos buracos e do lixo espalhado pelas esquinas, do BRT encalhado, do trânsito bagunçado e caótico, e também de ser uma das 11 cidades mais violentas do mundo.


Bancado pelo contribuinte, o tucano fica de boa, fazendo turismo por Paris e outras cidades até o dia 6 de julho, quando retorna a Belém para continuar fazendo o que sempre fez nos últimos cinco anos: nada.


Enquanto isto, o TRE empurra com a barriga os processos do prefeito para não julgá-lo, mas para não dizer que tudo está parado, coloca em pauta na manhã desta quinta-feira o processo nº 9679020166140097, aquele em que o prefeito usou o site oficial da Prefeitura e um perfil oficial em rede social do município para fazer propaganda eleitoral em época proibida.


Por conta disso, ele chegou a ser condenado por decisão do juiz Antonio Von Lorhmann Cruz. "Não se trata apenas de disponibilizar propaganda institucional em período vedado, mas também promover o réu Zenaldo Coutinho em afronta ao princípio administrativo da impessoalidade e um abuso de autoridade na legislação eleitoral", dizia a decisão.


De acordo com o magistrado, houve “abuso de poder político e desvirtuamento dos recursos materiais, humanos, financeiros e de comunicação da administração púbica”. Ocorre que no dia 21 de outubro do ano passado, o mesmo juiz suspendeu a decisão considerando a pena de cassação "desproporcional". E arbitrou multa de R$ 15 mil.


Diante disso, o caso ficou para o julgamento em segundo grau no Tribunal Regional Eleitoral. O que deve ocorrer hoje. Quer dizer, o prefeito pode ficar relaxado na França que nada irá perturbar seu passeio turístico às custas do contribuinte.


Se quiser, Zenaldo pode até comprar brioches para distribuir em Belém ao retornar para seus munícipes, imitando o gesto da rainha Maria Antonieta. Antes da queda da Bastilha, é claro.

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