Estudante de São Miguel do Guamá é finalista na olimpiada de Lingua Portuguesa


A Olimpiada de Lingua Portuguesa movimenta o Brasil das letras. São várias etapas para chegar aos melhores textos em quatro categorias: Poema - 5º e 6º anos do Ensino Fundamental; Memórias literárias - 7º e 8º anos do Ensino Fundamental; Crônica- 9º ano do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio e Artigo de opinião - 2º e 3º anos do Ensino Médio.


As escolhas dos textos aconteceram num cenário nacional com 500 classificados. Na fase Regional do concurso, realizado em Salvador - Bahia, na semana passada, somente 38 participantes seguem para a final na capital federal.


Em São Miguel do Guamá, a estudante é Ana Catarina Pinheiro Montão, 11 anos, mas a professora dedicada é a mesma: Jandira Cristo dos Santos, que foi semifinalista em 2012. Agora na etapa regional de Salvador o poema sobre a cidade venceu e muito bem, recebendo a medalha de prata, sendo classificado para a disputa da medalha de ouro em Brasília nos dias 12 e 13 de dezembro, quando estarão presentes a professora Jandira, a aluna Catarina, a mãe Luciene Sodré Pinheiro e a coordenadora da escola Joseane Mendes..

A professora Jandira é persistente e tem sido capaz de desenvolver com seus alunos a vontade de escrever e o desejo de olhar diferente o lugar onde vivem.

GUAMÁ, POBRE CIDADE RICA!
As margens do Rio Guamá,
No Estado do Pará
Repousa a Terra do Tijolo,
Nossa S. Miguel do Guamá.
Lugar conhecido por riquezas
Que estão próximas ao fim
Aqui temos areia, seixo,
Argila e caulim.
Minha cidade é pequena,
Cabe na palma da mão
O que temos de grande
É a atroz degradação
Devemos nos unir,
Cuidar deste chão
A natureza precisa de respeito
Carinho e atenção
Este solo rico e abençoado,
Que sofre exploração desmedida
Nossos minérios são retirados
Do seio desta Terra querida.
De minha janela observo
O comboio que vai passando
Dentro de caminhões e caçambas
Nossos minérios vão levando
A riqueza está indo embora
As crateras vão ficar
O que é isso meu povo amado!
Tá na hora de acordar!
Que mundo nos queremos
Para os filhos do Guamá?
Escutai a voz da natureza
Que vive a lamentar.
Clama e grita a sociedade
Protegei meu solo sagrado
Guardai o tempo e o povo
Deste lugar tão amado.
Mãe natureza, mãe do Guamá
Geme de tristeza, vive a amargar
Sangrando no peito e n’alma,
Chora...Grita, a vida vai acabar
Com fauna e flora destruídos
Fome e desventura hão de chegar.
Grita em silêncio, pede socorro,
Mas a quem irá reclamar
Ao homem.... Ah! O homem
Cheio de arrogância e vaidade
Dotado de sentimentos roucos e mudos
Vai destruindo minha cidade.
Guamá, pobre cidade rica,
Homens “traças” no poder,
Natureza agredida, sem qualidade de vida,
Como irei sobreviver?




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