Artigo de jornalista repercute em Salinas


Salinas - velhas práticas afugentam turistas




Vista da entrada da praia do Atalaia
Francisco Sidou - jornalista

O jovem prefeito de Salinas foi reeleito com louvor pois, além de ser filho da terra, vem fazendo um bom trabalho. A cidade está limpa, as ruas com asfalto novo, os bairros da periferia recebendo melhorias como saneamento e água encanada. Mercados abastecidos com peixe à vontade e preços justos. O lixo está sendo recolhido com regularidade e presteza. Não se vê lixo nas ruas ou calçadas. Mas como é jovem está faltando um pouco mais de ousadia ao gestor Paulo Henrique.

Por exemplo: recorrer a parcerias com grandes empresas [Vale, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, CEF entre outras] para dar uma "repaginada" nas praias do Atalaia, Corvinas e Farol Velho, com a adoção de novo modelo de barracas de praia [com lixeiras em cestinhas e contêineres na barraca mãe] que poderiam ser ofertadas, sem ônus para os barraqueiros e prefeitura. As coberturas dessas barracas abrigariam painéis publicitários com a logomarca das empresas, com mensagens de seu engajamento na defesa ambiental.

Teriam um retorno fantástico porque Salinas se transforma no veraneio de julho e nos feriadões na maior vitrine turística do Pará, com visibilidade nacional em matérias jornalísticas de redes nacionais de televisão. De quebra, a prefeitura de Salinas poderia melhorar o transporte coletivo da cidade, com a aquisição de uns cinco ônibus jardineira, próprios para o turismo receptivo e city tour.

Em Curitiba tem uma fábrica desses modernos veículos. São muitos os turistas que ficam em hotéis na cidade sem ter nem como alugar um carro, porque em Salinas não existem locadoras nem de jipes. Mas também precisam ser treinados com lições práticas sobre turismo receptivo os amigos barraqueiros e seus colaboradores, os garçons de praia.

Refeições na praia com preços escorchantes; cobrança de pedágio em forma de consumação mínima de R$ 50,00; grosseria com as pessoas que se defendem dessa exploração - são práticas que em nada contribuem para o incentivo ao turismo em Salinas. Ao contrário, afugentam os turistas. Depois, os barraqueiros reclamam que o movimento está fraco...

No último final de semana passamos por constrangimentos na bela praia do Farol Velho, outrora um recanto paradisíaco, diante da intransigência de um garçom de praia, que só aceitava a ocupação da barraca com o "compromisso" de um consumo mínimo de R$ 50,00. Ora, tínhamos acabado de fazer a primeira refeição, o café da manhã, em companhia de familiares e amigos em nossa casa.

De nada adiantaram os argumentos de que pagaríamos uma taxa de ocupação do espaço e no decorrer do dia iríamos consumir algum produto, menos as refeições, claro, diante do cardápio com preços mais salgados que a água do mar que banha a bela Salinas.

Preferimos então ir para a beira do mar, onde ainda não se paga pedágio e também podemos exercer o livre arbítrio de consumir uma água de coco ou um picolé de açaí da Cairu, sem ninguém para nos vigiar ou cobrar. Vamos ousar, senhor prefeito Paulo Henrique? Procure um secretário de turismo que goste de Salinas e também dos turistas.

Renovar velhas práticas dos barraqueiros privatistas da praia também é preciso. O réveillon está chegando e o veraneio de julho também. Salinas merece práticas melhores de um turismo moderno, onde todos possam ganhar com mais emprego e renda, com turistas satisfeitos que voltam e ainda trazem seus familiares e amigos.

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