A região do Xingu no nosso querido estado do Pará encontra-se em pleno desenvolvimento, movida pela energia econômica da construção da hidrelétrica de Belo Monte, principalmente, os municípios de Altamira e Vitória do Xingu.
É nítido também na região, o ressurgimento do potencial do cacau, sendo o município de Medicilândia, na Transamazônica, a segunda maior produção do Brasil.
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O vereador Marquinho |
A imponência do rio Xingu com suas pedras e muitos peixes proporciona uma série de belezas naturais, mesmo sendo afetado pelo projeto da usina, continuará sendo um dos rios mais importantes do Brasil. É lá na bela Altamira - imortalizada pelo filme Bye Bye Brasil - que mora um cabra macho vindo criança com sua família do Ceará, como a grande maioria dos imigrantes, fugindo da seca. Marcos Nascimento é meu amigo. Nas ruas de Altamira é sempre conhecido como Marquinho, vereador de muitos mandatos e atual vice-presidente da Câmara Municipal. Nos negócios, comanda juntamente com seu filho Mauricio, a emissora de televisão Band-RBA e a rádio cidade.
Marquinho é um caboclo simples, simpático, bem humorado, grande anfitrião e que adotou a cultura, o linguajar e o jeito paraense de ser. Um caboclo com cara de Amazônia, cultivador de muitas amizades.
Estou fazendo o perfil do meu amigo xinguense Marquinho, para relembrar que há um tempo atrás, escrevi sobre a sensação de ser Querelado - aquele que figura como acusado num processo judicial de queixa-crime. Fui acusado de cometer supostamente injurias contra uma senhora que brinca de ser prefeita na minha querida Maracanã. Fui absolvido pela justiça. Todavia, o fato me remeteu aos tempos da ditadura militar, quando a livre expressão não existia.
Meu amigo Marquinho de Altamira agora também é um querelado. O seu crime é tão complexo, que creio poderá abalar a bolsa de valores de São Paulo, ou mesmo, paralisar as obras de construção da Usina de Belo Monte. Veja só: um ex-vereador daquela cidade gravou um áudio com ofensas ao excelentíssimo prefeito Domingos Juvenil – aquele mesmo dos escandâlos na Assembleia Legislativa. O áudio virou a sensação dos grupos de WhatsApp por aquelas paragens e num grupo de amigos, o vereador Marquinho postou que o autor será candidato novamente a vereador da cidade. Por esse comentário, o prefeito que deveria na verdade era responder as acusações como homem público, resolveu processar o vereador Marquinho, acusando-o de incitar à violência. O enredo real parece mais aquele livro de Franz Kafka, que conta como um homem é julgado sem saber o conteúdo do processo.
Era mesmo só o que faltava, um prefeito responsável pelos destinos de um município que concentra uma fabulosa arrecadação, em virtude da construção de Belo Monte, deveria dedicar o seu tempo útil ao trabalho de transformar efetivamente o município, já que as oportunidades são agora, e não concentrar seus esforços na preocupação com picuinhas e “mexericos da candinha” de grupos de mensagens instantâneas.
Em Altamira, penso que há cidade demais, dinheiro demais, obras da Norte energia demais e prefeito de menos.
* O autor é especialista em educação e blogueiro.
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