Pais suspendem aulas em escola de barro que corre risco de cair, no Pará


Escola municipal Vera Cruz não tem estrutura adequada para as crianças.
Aprendizado no local está sendo comprometido, denunciam professores.


Do G1 PA

Um barraco de barro que não tem nem porta e ameaça cair. Este é o local onde funciona a Escola Municipal Vera Cruz, na Vila Progresso, distante 140 km do município de Rondon do Pará, no sudeste do estado. Preocupados com a saúde e segurança das crianças diante da precariedade do espaço, os próprios pais dos alunos suspenderam as aulas desde agosto.

A escola tem aproximadamente 120 crianças e jovens, que acabam tendo o aprendizado comprometido. Com pouco espaço, turmas de séries diferentes têm que dividir a mesma sala apertada.

“A gente encontra muita dificuldade, as salas cheias, não tem espaço suficiente para as crianças se moverem. E acredito que elas encontrem muitas dificuldades em assimilar o conteúdo”, lamenta a professora Maria de Jesus.

"É bastante desestimulante pra nós quanto para os alunos, porque não tem uma estrutura adequada de forma nenhuma. Às vezes até a gente quer fazer alguma dinâmica diferente, mas o espaço também não é apropriado”, relata outra professora, Dinarlei Souza Zombom.

O calor que faz no local também é um problema para todos na escola, que tem telhas de amianto e apenas um ventilador. “A quentura começa a ser insuportável para quem fica a tarde toda aqui, não tem condições, o aluno não vai aprender nada. Não tem jeito”, afirma o pai de aluno Fernando Souza.

No único banheiro do local, a porta não tem fechadura, o vaso sanitário não tem descarga, um desconforto para quem precisa usar o banheiro. “É insuportável usar o banheiro, o cheiro é horrível e a estrutura não é adequada para as pessoas usarem”, diz a estudante Emili Cristiane.

Escola não oferece as mínimas condições para professores e alunos. (Foto: Reprodução/TV Liberal)

Escola de barro
Desde 2012, quando a escola de tábuas queimou, as crianças passaram a estudar em uma casa sem qualquer estrutura. Fotos feitas pelos pais dos alunos depois de uma chuva mostram a água passando por dentro da escola. Em outra sala de aula tem cupins no telhado.

Até junho, as aulas aconteciam no local. Mas desde agosto, por decisão dos pais, as aulas foram suspensas. Eles não querem mais que os filhos continuem estudando nessas condições.
"Reconhecendo as necessidades de uma escola ideal, adequada para nossos filhos, já que a gente só tem o ensino fundamental e funcionando da forma que está, de qualquer jeito, a gente não se conforma. Eu me sinto revoltada e ao mesmo tempo me sinto ansiosa de ver a resposta para os nossos problemas”, afirma a ex-professora Antônia Martins.

A prefeitura de Rondon do Pará informou que uma equipe esteve na Vila Progresso e assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual. A solução seria a construção de uma nova escola.

O prefeito espera recursos federais até no final do ano para a construção dessa escola. Se não houver recursos federais, a escola será construída com recursos próprios. Quanto as aulas, na próxima semana elas devem reiniciar em casas alugadas na Vila.

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