Pescador de Maracanã é humilhado após acidente em barco

Pode-se dizer que há um misto de sentimentos como humilhação, indignação e vergonha para os moradores do município de Maracanã quando necessitam da atenção para a saúde. O hospital encontra-se permanentemente em estado de caos, com falta de médicos, medicamentos e materiais.
Ontem, por volta de 11 horas, um pescador maracanaense, retornava no barco de seu trabalho noturno no mar, quando em frente à vila de São Tomé foi surpreendido pelo rompimento de uma corda que prendeu sua mão, deixando o dedo polegar quase decepado.
Ao atracar no trapiche foi socorrido no hospital municipal, onde mais uma vez e sempre não havia médicos. Como sempre, os enfermeiros e técnicos se esforçaram para minimizar a dor e o sofrimento do pescador, no que de imediato autorizaram o remanejamento para a UPA 24 horas da cidade de Castanhal. Começa ai uma nova sessão de humilhação e sofrimento: a ambulancia não estava disponível para a transferência do paciente, sendo assim o hospital encaminhou-o num carro particular supostamente de propriedade do motorista da prefeita do município de Maracanã.

Já na UPA de Castanhal, os médicos constataram que havia necessidade de cirurgia por especialista, só possível naquele momento no hospital Metropolitano, município de Ananindeua. Começa ai mais uma sessão de humilhação e sofrimento.

O motorista da prefeita de Maracanã, recusou-se em seguir com o paciente,  alegando que não havia combustível suficiente cedido pela prefeitura, o que deixou revoltada a assistente social da UPA, que diante da gravidade da situação, acionou o hospital de Maracanã e fez várias reclamações de que como é possível enviar um veículo sem combustível para a transferência de um paciente, o que certamente demonstra a falta de respeito com o povo da cidade.
Como o responsável pelo transporte do paciente recusou-se e não seguiu viagem, o veículo foi retido na UPA por omissão de socorro.

Um familiar da vítima acionou o blogueiro para denunciar o fato e pedir socorro, então segui para a UPA Castanhal, de onde sai às 18 horas com o paciente e sua esposa em meu carro com destino ao Hospital Metropolitano, quase sete horas depois do acidente, sem o socorro devido e ambos não haviam ingerido qualquer alimento desde a manhã, em razão da correria em busca de socorro e de tanta humilhação.

O pescador de Maracanã foi submetido a uma cirurgia pouco antes da meia-noite, encontra-se bem e retorna para à cidade hoje, entretanto, infelizmente, teve seu dedo polegar amputado.