Governo Jatene sempre em ebulição com os militares da PM


Em pré-ebulição, quartéis aguardam o novo comandante da PM

Espaço Aberto


Coronel Campos: cotado para assumir o Comando Geral, ele enfrenta forte resistência entre os praças.
(Foto da Agência Pará)
Nestes tempos que precedem o anúncio do novo secretariado do governo Jatene, o ambiente na tropa é de, digamos assim, pré-ebulição.
Por pré-ebulição, entenda-se um ambiente em que os quartéis, ao mesmo tempo em que se encontram em estado de alerta, com as antenas ligadíssimas para a indicação do novo comandante geral da Polícia Militar, ainda tentam remoer da melhor forma possível a rebelião desarmada - sem tirar, nem pôr - que puseram setores da corporação em pé de guerra contra o governo Simão Jatene, no início de abril deste ano, a ponto de forçarem o governador a cancelar uma viagem para o exterior.
A pré-ebulição que domina boa parte dos quartéis começou desde que cresceram as especulações sobre a iminente escolha do coronel Roberto Campos, atual comandante de Policiamento da Capital, para ocupar o cargo de comandante-geral da Polícia Militar do Pará.
Campos enfrentaria forte, para não dizer fortíssima resistência sobretudo entre os praças. O estilo dele, classificado como "autoritário" até mesmo para o gosto dos militares, sempre afeitos a férreas disciplinas, contrastaria com o do atual comandante geral da PM, o coronel Daniel Borges Mendes. "Se ele [Campos] assumir, provavelmente teremos muito mais que uma ameaça de greve. É possível que haja mesmo uma greve geral", prevê fonte militar ao Espaço Aberto.
E tem mais.
Durante a última campanha eleitoral, Campos afastou os comandantes do Marco, da Pedreira e do Barreiro. A motivação, não declarada formalmente, mas difundida amplamente nos quartéis, é a de que os afastados estariam se excedendo ao fazer campanha em defesa da reeleição do então candidato Simão Jatene.
"E agora ele [coronel Campos] vem dizer que é Jatene desde criança. Dá-me a santa paciência. A tropa sabe que ele não é, por isso não se expôs e nem se posicionou na eleição recente", afirma a mesma fonte militar.
Os tempos, repita-se, são de pré-ebulição.

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