Estudante de Tracuateua recebe implante de ‘ouvido biônico’
A cirurgia aconteceu na última quinta-feira (11) no hospital universitário Bettina Ferro
Uma estudante de 18 anos, moradora do município de Tracuateua, no nordeste paraense, recebeu um implante coclear, também conhecido como ouvido biônico, e vai poder voltar a ouvir depois de quase 14 anos. A cirurgia aconteceu nesta quinta-feira (11) no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza. A paciente deve ter alta ainda hoje (12).
Eula Alexander do Rosário passou por cinco horas de uma cirurgia classificada como trabalhosa pelos médicos. ‘A anatomia da orelha dela é um pouco diferente, mas deu tudo certo’, informou o coordenador do grupo de implante coclear do hospital, Paulo Fonteles.
O médico ainda afirma que o procedimento tem a capacidade de restaurar a autoestima da pessoa com deficiência auditiva. ‘Toda a equipe multidisciplinar de Otorrinolaringologia do Bettina, em especial a de implante coclear, está feliz com a retomada da cirurgia por proporcionar à sociedade paraense um tratamento que vai modificar a vida do ser humano. A pessoa voltar a ouvir pela primeira vez é algo extraordinário, pois melhora a sua personalidade, a vida junto à família, o convívio com as outras pessoas e oferece condições de galgar voos mais longos”, disse. O hospital Bettina Ferro promete a realização de duas cirurgias mensais de implante coclear.
A jovem deve retornar na semana que vem ao Bettina Ferro para avaliação do procedimento. Após 30 dias, quando houver cicatrização, será colocado o dispositivo externo do aparelho para que Eula receba os primeiros estímulos sonoros. O acompanhamento com a fonoaudióloga acontecerá mensalmente.
O dispositivo eletrônico que dá a capacidade de audição deve ser colocado no osso do ouvido, por onde passam vasos e nervos. O implante só pode ser feito em pacientes ‘pós-linguais’, aqueles que perderam a audição, mas aprenderam a falar, e pacientes ‘pré-linguais’, ou seja, pessoas que nasceram com deficiência auditiva profunda.
O coordenador do Serviço Implante Coclear do Instituto Materno Infantil de Pernambuco e do Instituto Medicina Integral Fernando Figueira (Imipe), em Recife, médico Francisco D’Biase, acompanhou o momento e disse que a iniciativa de promover a cirurgia em um hospital universitário é de extrema importância para a formação de novos especialistas no assunto. Por ser um hospital-escola a formação dos médicos residentes passa a ter mais qualidade ao proceder com implante coclear, porque o aprendizado deles não é apenas sobre a anatomia do ouvido, mas a parte interna da orelha’, afirmou.
Para os pais de Eula, Edmilson e Antônia do Rosário, a expectativa agora é a melhor possível e voltada à esperança de que a filha volte a escutar. ‘Mesmo sabendo que é um processo lento, de readaptação, vamos ajudar em tudo que for preciso. Se depender da gente ela vai se adaptar à nova forma de vida o mais rápido possível’, disse a mãe. Fonte ORM NEWS
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