A Cúpula de Ferro, Netanyahu, Hamas e Churchill
Blog do Parsifal
O estado de Israel incrusta-se em uma área de predominância árabe, portanto, não tem uma relação tranquila com os vizinhos.
Como o inimigo mais próximo habita a faixa de Gaza, Israel instalou, em 2011, a “Cúpula de Ferro”: um sistema antiaéreo de defesa desenvolvido pela Rafael Advanced Defense Systems.
O “Rafael” (arcanjo Rafael, o “Anjo da morte”) compõem-se de baterias móveis de antimísseis acopladas a radares que monitoram o espaço aéreo. Ao detectar um lançamento desde Gaza, em segundos o Rafael calcula a velocidade e a rota do foguete inimigo.
Se o local da queda é ermo, o anjo aquieta. Se a área da queda é habitada, ele dispara uma ogiva inteligente em direção ao míssil inimigo, com as informações de interceptação embarcadas.
Os radares continuam monitorando o míssil inimigo, que pode sofrer variação de rota devido ao vento, ou mais pela precária tecnologia dos foguetes que o Hamas adquire. Se o projétil sofrer qualquer variação, novas coordenadas são enviadas à base móvel, que recalcula a trajetória e as envia ao míssil interceptador, que a corrige imediatamente até encontrar o alvo e explodir.
> A Cúpula de Ferro em ação
Desde a implantação da “Cúpula de Ferro” os ataques desferidos desde Gaza, segundo Israel, frustraram-se em 87% dos casos, o que é uma alta taxa de interceptação, com certeza favorecida pela proximidade dos territórios.
Tal índice de segurança deixa o exército judeu relativamente tranquilo. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, sem temer que os ataques do Hamas possam atingir a população israelense, não se apura para firmar um armistício duradouro.
O Hamas, que ao chegar ao controle de Gaza, acabou sendo uma mal enjambrada Jihad Islâmica, sabendo que só mantém o controle pelo medo, provoca Israel, que responde com a morte indiscriminada de civis palestinos, o que desencadeia uma reprovação da comunidade internacional à Tel Aviv, pela desproporcionalidade da resposta, ao que Tel Aviv retruca ser tática dissuasiva contra o Hamas, que pouco se importa com isso, pois quer apenas manter o poder em Gaza.
Para temperar a trágica sopa, ambos liquidificam a guerra com a religião, o que é nitroglicerina pura e catalisação eterna, pois essa não permite que aquela cesse.
O fato é que os dois lados talvez nunca tenham lido o grande herói da Segunda Guerra, Sir Winston Churchill, que escreveu em suas memórias que “a guerra é uma invenção da mente humana e a mente humana também pode inventar a paz.”.
Ou se leram esqueceram a segunda parte.
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