Dosagens coerentes e a favor da democracia...

Blog (Redação)

Por Ícaro Gomes

Havia tempo que não lia um texto tão coerente na blogosfera regional. O professor e blogueiro Ruy Silva, que atua na escola "Presidente Kennedy", na nossa querida e apaixonante Maracanã defendeu a democracia, a liberdade no novo mundo virtual que passou a existir e que ainda estamos nos acostumando. Caro professor, no ano de 2012,tive o privilégio de representar meu partido nas eleições majoritárias para a Prefeitura da minha maravilhosa e histórica cidade, talvez tenha sido o cidadão mais combatido nas redes sociais na região do salgado paraense. Tive a honra, a moral, o intelecto levado ao lixo cibernético por vários anônimos, que são figuras legitimas de nosso tempo, mesmo que não concordemos uma frase. O anonimato existe e é legitimo por vários motivos na internet: quando há comentários direcionados às autoridades funcionam como as imunidades parlamentares, ou seja, evitam as perseguições por parte daqueles que "podem" mais - os detentores do "poder que emana do povo"; por outro lado, quando envolvem pessoas simples, mas que são formadores de opinião, tornam-se necessários para evitar que se exponham com um lado e machuquem outro ou vice-versa. O importante é chegar a conclusão que você chegou: eles realmente existem e navegar é preciso!
Um anônimo chamado "Veríssimo Braguita" atuou durante três anos me atingindo de todos os tipos, expondo-me diante dos amigos, dos familiares. Usava de ataques baratos e levianos, mas resisti por compreender que é figura dos tempos modernos do mundo virtual, faz parte do combate democrático que vivenciamos e lutamos muito pelo direito de exercer a liberdade. Agora recentemente, fiz a descoberta pela divulgação de anônimos (ora veja, parece até uma incoerência) que os autores dos ataques e da manutenção do perfil falso "Fake" são três autoridades do município de Maracanã: o secretário de saúde, Dr. Júnior Araújo, o secretário de educação (imagine da educação!) seu colega de trabalho professor Ivaney Ricardo e a lider do governo municipal do PSDB na casa do povo, vereadora Nathália D'Oliveira. E que motivos me levam para tais certezas? As três autoridades "chiaram" muito pelas redes sociais, avisaram que iam atrás de descobrir na delegacia de crimes virtuais e provar que as conversas divulgadas eram montagens e até agora "NaDICA de NADA", ou seja, as únicas provas que disponho são as que estão comigo e bem periciadas que afirmam claramente que NUNCA houve montagem em nenhuma conversa divulgada por anônimos sobre autoridades de Maracanã.
Bem, vamos retornar ao texto, se fosse uma redação do ENEM, eu já estaria levando zero por fugir do assunto. É salutar para todos os blogs, portais, sites, perfis informativos e outras plataformas de divulgação que haja justamente este reconhecimento democrático. Aqui, caro professor, não temos lado A, B, C, D...Ruy Silva ou Fernanda Miranda? Quem será que tem a razão? Somente os dois sentados democraticamente numa conversa franca poderão chegar a tal conclusão. Mas uma coisa eu sei responder, os dois são figuras públicas, são formadores de opinião, são educadores da boa terra Maracanã, portanto, uma polêmica com tal envergadura e sobre o ambiente escolar e recursos públicos, merece sim nosso espaço. Aqui, somente nos interessa provocar o debate.
O Blog recebe com carinho sua gratidão pelo espaço!


A publicação do professor Ruy Silva

“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”.

Agora de cabeça fria, depois de um mês que a batalha na qual luto firmemente chegou às redes sociais, quero agradecer o apoio que recebi através do espaço que me foi aberto nos blogs locais. Faço questão de registrar a minha gratidão ao Enemar Salomão, Ricardo Costa e  Ícaro Gomes, blogueiros de enorme sucesso na sociedade maracanaense e nas redes sociais. O meu blog teve milhares de acessos nos últimos dias, reconheço que esse fenômeno só aconteceu a partir do momento que os blogueiros locais reproduziram aquele texto do dia 29 de março, no qual faço um desabafo.

A internet é um universo novo e poderoso. Estou aprendendo a interagir nesse novo e inquietante mundo virtual, instantâneo e acelerado. Confesso, quando publiquei aquele texto no dia 29, não tinha a menor ideia da repercussão daquela situação. E observei que milhares de acessos aconteceram no meu blog e outros milhares nos outros blogs. Para mim, algo inédito. Essa repercussão como tudo na vida teve o seu lado positivo e negativo. Estou buscando compreender os efeitos.

No começo, fiquei assustado com os comentários negativos, levei alguns dias para assimilar e compreender o que estava acontecendo. Em especial, quando li algumas postagens sobre a minha vida pessoal. A curiosidade aumentou nas primeiras semanas e me preocupei. Mas resolvi adotar atitude de não ler mais os comentários. Jejum que quebrei na última segunda-feira, quando abri o facebook e vi de novo a publicação do texto do dia 10 de abril na página do facebook do Ícaro. Decidi verificar para saber a novidade, para minha surpresa constatei a marca impressionante de 100 comentários. Pensei: “meu Deus que loucura!”

Nos últimos dias com o aumento das chuvas, acessar a internet não tem sido uma tarefa fácil em nossa cidade. Já aconteceu de ficar mais de quatro dias sem sinal. Além de ter pouco tempo disponível para acompanhar a velocidade, com que se reproduzem os conteúdos nas redes sociais. Imaginei: “se fosse querer acompanhar a postagem dos comentários incessantes que fizeram nos blogs, teria que parar de cumprir com os meus compromissos profissionais”. Alguns colegas comentam comigo as novidades, também aproveitamos para rir dos absurdos.

Fiquei assustado com a recorrência do recurso do anonimato que tornou-se prática usual para os internautas que comentam os meus textos. Cheguei a fazer algumas comparações que justificassem essa atitude. Quando se trata de criticar alguma figura poderosa do executivo ou do legislativo, temendo represálias poderia até ser justificável, mas criticar um professor, por que recorrer ao anonimato? No início cheguei a ficar muito aborrecido, porque reprovava a atitude de recorrerem ao anonimato para me criticarem e me apoiarem.

Depois das primeiras semanas avaliei que não devia me aborrecer com a atitude dos internautas. A liberdade é isso, cada um se julga livre para dizer o que quer e para ouvir o que não quer. Acredito que com o decorrer do tempo as pessoas possam desenvolver maturidade e equilíbrio para expressar opinião. Estou refletindo para compreender melhor a minha responsabilidade diante do desafio de atuar nesse novo universo. Navegar é preciso, mas que cuidado adotar frente ao desconhecido e alvissareiro?

Aproveito a oportunidade para me desculpar com todos os blogueiros, pois reagi as publicações com aborrecimento que se traduziram no tom duro e deselegante em vários textos. Após compreender que devo encarar com naturalidade as opiniões alheias, pois cada um tem o direito de pensar e dizer o que quiser, concluo com a citação de Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”.