Dona Peta, minha querida mamãe, vendeu tacacá por quase 20 anos na esquina da travessa primeiro de maio com a rua Claúdio Barbosa da Silva, em Marituba, no famoso "canto do Dico Moreira". A rotina lá em casa era assim - ralar mandioca, "buia" tucupi, mexer goma, catar camarão, cortar jambu, procurar xicória nos quintais da antiga vila de Marituba, a terra dos umaris. Dona Peta, hoje, já não faz tacacá comercialmente, na altura de seus 76 anos, prefere mesmo aqui acolá "tomar" seu tacacá pelas esquinas do Pará. Mas, mamãe vive toda "faceira" agora, afinal é considerada patrimônio cultural do Pará. Sabe ela agora, que o trabalho cansativo de todas as tardes ajudou muito nos estudos dos filhos, garantiu boa parte do sustento e olha só, agora foi reconhecido pelo Estado do Pará, por meio de Lei proposta pela deputado Eliel Faustino. Parabéns deputado, Salve, salve, dona Peta!
Dona Peta - ao meu lado - mamãe querida e orgulhosamente uma tacacazeira do estado do Pará |
Tacacazeiras são patrimônio de natureza imaterial
O deputado Eliel Faustino do Partido da Solidariedade é o autor do projeto de Lei reconheceu como patrimônio cultural de Natureza imaterial as tacacazeiras do Estado do Pará.
“É um projeto muito importante para o povo do Pará, pois assim temos reconhecido um produto que é legitimo do Pará, isso fortalece os laços com a cultura e valoriza o trabalho das mulheres tacacazeiras. O tacaca faz parte da cultura do paraense, afinal quem nunca tomou um na esquina no fim de tarde. Os costumes e culinária do nosso povo tem que ser valorizados” fala o deputado Eliel Faustino sobre a importância do projeto
Para justificar o projeto, Eliel falou sobre a necessidade deste reconhecimento uma vez que atividade vem sendo transmitida, na maioria das vezes, de geração em geração, tendo assim importância sob vários aspectos. “A figura da tacacazeira se tornou um verdadeiro ícone cultural do Estado e vem contribuindo para a manutenção e divulgação da culinária típica paraense.
As tacacazeiras - como são conhecidas as tradicionais vendedoras de tacacá - poderão ser reconhecidas oficialmente como integrantes do Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Pará.
Desde o século XVIII existem registros do preparo do tacacá como iguaria indígena, época na qual o alimento era consumido basicamente em ocasiões especiais. No entanto, a partir do século XX, a iguaria passou a propagar-se nas ruas das cidades paraenses. Hoje, são centenas delas espalhadas, principalmente pelas vias públicas de Belém, a comercializar o produto diariamente.
“Acredito que o Pará deva ter mais projetos de valorização cultural como estes, afinal tem gente que vai ai fora e prova nosso produto e não sabe que é daqui e quais costumes o envolvem, muito bom o deputado ter lembrado a gente, isso mostra que o nosso simples trabalho marca a vida de muita gente” afirmou Estela Martins- Secretária da Associação das tacacazeiras do estado do Pará.
Lei publicada no Diário Oficial recebeu elogios nas ruas de Belém
As vendedoras de um dos pratos mais tradicionais do final da tarde dos paraenses, o tacacá, são agora patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará. O reconhecimento das tacacazeiras foi publicado ontem, no Diário Oficial do Estado (DOE), com a assinatura do governador Simão Jatene na lei de nº 7.752. A nova lei levou em consideração a importância cultural da atividade desenvolvida por elas. O projeto de autoria do deputado Eliel Faustino (PR) foi aprovado no dia 30 de outubro pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). Ontem, nas ruas de Belém, tacacazeiras e clientes elogiaram o reconhecimento.
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