Imagem no rio Maracanã - facebook de Heydder Roots numa viagem para Algodoal |
Ícaro Gomes *
Quando tive o privilégio de concorrer à prefeitura de
Maracanã, debatemos em inúmeras oportunidades com os jovens o desejo na viabilização
de ações institucionais buscando estimular efetivamente o ensino superior. Um
dos tópicos da agenda educacional em nosso plano de governo consistia na
construção de prédios e doação de terreno visando atrair uma universidade
pública para o município, o que acabou acontecendo na vizinha Salinópolis sob a
gestão do jovem Paulo Henrique Gomes, 26 anos.
Quando ainda estava na secretaria de educação, instalamos
uma casa denominada “Solar do estudante” que ficava no bairro da Campina e
acolhia estudantes das vilas interioranas em trânsito pela cidade na busca das
aulas das universidades sazonais. Nesta
linha, a idéia era implantar a casa do estudante em Castanhal para abrigar os
jovens maracanaenses que ali estão dedicados em cursos na Ufpa, Uepa e Ifpa,
garantindo alimentação e o valor correspondente a outra metade da passagem do
ônibus.
Pois bem, um ano e três meses depois, estamos diante de um
quadro estarrecedor, o que já era discutido voltou a estaca zero, demonstrando
uma impressão de que o tempo parou. Os jovens maracanaenses que estavam
disputando uma vaga na universidade federal para 2014, simplesmente foram
abandonados e não conseguiram o êxito desejado. Submetidos a uma longa greve do
ensino médio, não receberam apoio governamental com os cursos preparatórios,
que auxiliam na hora de concorrer de igual para igual. O cursinho já existiu no
município por uma iniciativa do professor Ramiro Goulart, com o apoio da
secretaria de educação.
A juventude maracanaense foi totalmente relegada ao segundo
plano – não há hoje em Maracanã um só projeto que possibilite novos horizontes
e diretrizes; não há o Projovem,
nada de “primeiro emprego” – um
projeto que contratava jovens ao final do ensino médio e sem experiência para
atuar como auxiliar de ensino, especialmente, na educação infantil quando há
necessidade de duas pessoas na sala de aula, acompanhando melhor às crianças.
Em contrapartida ao contrato, os jovens estavam condicionados a realizar um
curso de ensino superior.
Certamente, são grandes as adversidades, mas gostaria de
felicitar cada um, cada uma, que teve coragem, enfrentou sim com vontade e
determinação as assombrosas questões do ENEM,
meio que voltadas para as regiões sul e sudeste, e mediante tudo isso,
conseguiram notas boas, não suficientes para a classificação, mas, importantes
para garantir que é possível sim. É necessário mais dedicação, mais noites de
sono, mais “grupos de estudo”, tudo isso para compensar a surdez voluntária do
poder público às vozes joviais. Vocês, todos vocês, são vencedores e terão sua
glória em breve. Vamos continuar e fé no que virá!
·
Especialista em educação e blogueiro,
1 Comentários
Olá, bom dia! Encontrei o blog de vocês por acaso, e to gostando de ver. Parabéns a todos vocês!!!
ResponderExcluir