O filho do Camico e a cestinha de natal

Em Maracanã, o gesto na primeira impressão parece-nos bastante nobre, solidário. E realmente é! Todavia, o sentimento de muquirana, avareza, mesmo quando deseja ter sensibilidade não consegue.
Bem, o filho do Camico nasceu numa corrutela entre as várzeas dos rios Capim e Guamá, menino forte, saudável, ligeiro, caçador, bom pescador e excelente "torrador" de farinha. O filho do Camico acredita em tudo - em papai noel, em matinta perera, mula-sem-cabeça e em tudo o que é promessa de politico.
Ainda adolescente, migrou com a família para a região do campo das mangabas, no município de Maracanã, buscando conseguir uma terrinha onde pudesse plantar, colher e dar dignidade à sua família. A sua história de vida é semelhante a das famílias do interior da Amazônia.
Filho do Camico recebeu uma visita no domingo, às vésperas de natal, era uma politicagem transvestida de solidariedade, que trouxe pra ele uma cestinha básica, bem básica.  O filho do Camico acredita em tudo, mas agora resolveu dar uma de sabido, desde o domingo continua tentando calcular o valor da cesta recebida. Não tocou em um produto, agora ele já sabe que o produto mais caro é um refrigerante Schin que veio acompanhado de um pouquinho de feijão, açúcar., arroz, óleo, biscoito, macarrão, leite, massa pra bolo, charque e sardinha.
O filho do Camico calculou, calculou,calculou e chegou a uma conclusão: Poxa, devia vir pelo menos um franguinho!

O tamanho da cesta

A cesta bem básica, grande era o saco

O filho do Camico tem razão - devemos acreditar em quase tudo!