Marujada e devotos celebram São Benedito
Como acontece há 215 anos, moradores de Bragança celebraram ontem (26) o dia de São Benedito, com missa, leilão, marujada e encerrando com procissão nas ruas do centro, onde marujos e marujas deram um colorido especial à cidade, durante todo o dia. Desde que raiou a manhã, eles chegaram de todos os bairros de Bragança à Igreja de São Benedito para a missa às 7h.
Em seguida, o cortejo de marujas e marujos seguiu da igreja para o Teatro Museu da Marujada, onde a dança deveria se estender até o fim da manhã, mas foi interrompida por causa da falta de energia, que inviabilizou a tradição por causa do calor. Antes do meio-dia, a marujada saiu do teatro museu para a sede do Lions Clube de Bragança, para o almoço oferecido pelo juiz Pedro Henrique Gardunho, que assumiu o cargo para pagar promessa feita por seus pais, ao alcançarem graça por sua saúde.
O senador Jader Barbalho, assíduo frequentador da festividade de São Benedito, participou do almoço, juntamente com o presidente da Federação das Associações dos Municípios do Pará (Famep), Helder Barbalho, e a deputada Simone Morgado.
“Apesar de acompanhar esta festividade desde o início dos anos 70, me surpreendo todas as vezes com a quantidade de fiéis muito crescente a cada ano, o que faz lembrar o título do livro ‘Expectador Engajado’, de Raimund Aron, diante deste espetáculo de fé e cultura. As sociedades que atingem um grau de identificação cultural, como é o caso de Bragança em relação à Festividade de São Benedito, deve-se honrar por essa diferenciação positiva alcançada”, disse o senador.
Cultura
Helder Barbalho, que também já prestigia a marujada há anos, falou sobre aspectos reunidos na festa de São Benedito. “Além da religiosidade, há valorização da cultura, da história de Bragança do tempo dos escravos. É fundamental que uma manifestação como esta seja preservada para garantir que as gerações vindouras tenham acesso a essas expressões tão ricas da cultura bragantina”, disse Helder. A deputada Simone Morgado falou sobre os motivos que a fizeram redigir as leis que tornaram a marujada de Bragança Patrimônio Artístico e Cultural do Estado, em 2009, e o xote bragantino da marujada, em 2013. “As leis têm por objetivos salvaguardar e incentivar as manifestações, que, ao adquirirem tal status, passam a fazer parte de calendários culturais e a desfrutar de melhores condições para concorrer em editais e demais vias de acesso à captação de recursos para a produção das mesmas”, justificou a parlamentar.
A procissão saiu às 16h do Largo de São Benedito, para onde retornou às 18h15, após percorrer as principais ruas do centro de Bragança. Com a chegada da procissão, o padre Gerenaldo Messias, vigário geral da Diocese de Bragança, celebrou a tradicional missa campal no Largo de São Benedito, inteiramente tomado de fiéis.
“Este ano, devido ao grande número de devotos, houve muitas quebras no cortejo. É uma dificuldade que estamos enfrentando há mais ou menos dez anos, a qual só será solucionada quando tivermos um serviço de sonorização para garantir o controle total da procissão”, concluiu o diretor da festividade, Carlos Fernando Costa.
Imagens exclusivas: Olimpia Nobre
(Diário do Pará)
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